sexta-feira, julho 20, 2007

EUA/Reino Unido: Os primeiros sinais de uma aliança que revela pontos de fissura

ALIANÇA AMEAÇADA

Grã-Bretanha afasta-se cada vez mais dos EUA com novo governo britânico a buscar novas alianças


Os primeiros e claros indícios de guinada da política externa da Grã-Bretanha foram dados pelo novo ministro de Comércio e Desenvolvimento Internacional do país, Douglas Alexander, por ocasião de sua visita aos EUA.
Em seu discurso, Alexander destacou que "no Século XXI, a força de um país se mede não pelo que pode destruir, mas pelo que pode construir junto com outros países. Devemos criar novas alianças, baseadas em valores comuns, não só para nos protegermos do resto do mundo, mas para ajudar que nos aproximemos do mundo".
E acrescentou, com ênfase, que "com nossos atos devemos provar que somos internacionalistas e não isolacionistas, que somos favoráveis a multilateralidade e contra a unilateralidade, e que devemos nos orientar pelos valores essenciais e não apenas por interesses específicos"!
As declarações de Alexander, com as quais ele reconhece claramente o valor do chamado "poder suave" na política internacional, foram interpretadas como aperitivo da nova política externa da Grã-Bretanha, em vista da viagem do novo primeiro-ministro Gordon Brown à Washington.
Qualidade de relações
Autoridades britânicas ligadas ao primeiro-ministro Brown reconhecem que a relação entre o novo primeiro-ministro britânico e o presidente Bush será muito diferente da de Tony Blair. E embora Alexander tenha insistido na manutenção da "relação especial" entre a Grã-Bretanha e os EUA, não deixou de destacar aos norte-americanos que "devem reconhecer a importância particular dos cânones internacionais do direito".
As declarações de Alexander adquirem importância especial porque foram formuladas no mesmo dia em que Bush foi obrigado a defender sua política no Iraque. Pouco antes, havia sido divulgado o relatório sobre a eficácia da estratégia norte-americana no Iraque.
O documento chegou à conclusão de que, em nível militar, a situação relativamente melhorou, embora os alvos políticos e econômicos dos EUA estejam longe de serem atingidos.
Indiscutivelmente, a "incursão verbal" de Alexander preocupou os "falcões" neoconservadores que habitam a Casa Branca e o Pentágono, pois foi feita alguns dias após o anúncio da nomeação do lorde Malock Brown - conhecido crítico durão da política externa norte-americana - ao cargo de vice-ministro do Exterior da Grã-Bretanha.

Alex Corsini

Monitor Mercantil

Sucursal da União Européia.

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