O maior arsenal nuclear norte-americano na Europa, em Ramstein, sudoeste alemão, continha 130 bombas. Segundo especialistas, foi totalmente evacuado. Há indicações de que o Exército dos Estados Unidos teria evacuado completamente seu maior arsenal nuclear na Europa, o de Ramstein, no sudoeste da Alemanha. O estoque desta base militar era estimado em 130 ogivas atômicas.
Segundo um estudo da Federation of American Scientists (FAS), baseada em Washington, divulgado na segunda semana de julho, a medida reduziria a cerca de 350 armas o arsenal estadunidense no continente europeu.
"Considero quase certo que as bombas não estejam mais em Ramstein, há várias indicações neste sentido", declarou o autor do estudo, Hans M. Kristensen, ao periódico online Der Spiegel.
Segundo um estudo da Federation of American Scientists (FAS), baseada em Washington, divulgado na segunda semana de julho, a medida reduziria a cerca de 350 armas o arsenal estadunidense no continente europeu.
"Considero quase certo que as bombas não estejam mais em Ramstein, há várias indicações neste sentido", declarou o autor do estudo, Hans M. Kristensen, ao periódico online Der Spiegel.
Melhor prova possível
O documento da FAS cita um relatório público das Forças Armadas norte-americanas na Europa (USAFE), de janeiro de 2007. Dele consta uma lista das instalações nucleares europeias a receberem, nos meses seguintes, visitas de especialistas em segurança nuclear. Estes, em geral, têm a função de auxiliar as equipes locais a se prepararem para as inspeções técnicas regulares. Pela primeira vez a base de Ramstein não é mencionada.
"Isso é uma prova clara de que as armas se foram", afirmou Kristensen. "O Exército não pode armazená-las sem inspeções regulares. Neste assunto, esta é a melhor prova que se pode ter."
Mais de 2.500 ogivas até o fim da Guerra Fria
Nem o Pentágono nem o Ministério alemão da Defesa reagiram oficialmente às afirmativas. A questão da remoção das ogivas veio à tona em 2005, quando membros do então governo SPD-Verdes se opuseram aos arsenais norte-americanos em solo alemão.
Segundo eles, tratava-se de um resquício da Guerra Fria, que minava o processo internacional de não-proliferação. Segundo cálculos, até o fim da Guerra Fria, no final da década de 1980, cerca de 2.570 armas nucleares haveriam sido transportadas para dezenas de locações, somente na Alemanha.
Em 2005, o Spiegel – citando oficiais da Defesa alemã que preferiram permanecer anônimos – também noticiou que bombas armazenadas em porões especiais de Ramstein haveriam sido discretamente removidas durante obras de grande porte na base militar. Agora acredita-se que as armas jamais foram devolvidas.
Difícil justificativa
Segundo a lista da USAFE de instalações nucleares na Europa, agora a única base estadunidense na Alemanha a conter armas atômicas seria Büchel, no sudeste do país. Acredita-se que ela possui cerca de 20 ogivas em abrigos subterrâneos.
"Agora será difícil o governo federal justificar as armas nucleares restantes na Europa", escreveu Otfried Nassauer, diretor no Centro de Segurança Transatlântica, de Berlim, num artigo para o jornal Der Tagesspiegel. Até então, o argumento de Berlim era o dever de mostrar solidariedade para com a NATO. Nassauer argumentou ainda que – longe de cumprir qualquer propósito militar – as armas nucleares representaram custos imensos, devido à necessidade de pessoal caro para as fiscalizar.
Fonte: Deutshe Welle