Documentos da CIA, recentemente abertos para consulta pública, envolvem directamente o actual líder do Exército da Colômbia, general Mario Montoya Uribe, e conselheiro do presidente colombiano em exercício, Álvaro Uribe, em operações de grupos paramilitares, alegadamente anticomunistas, que executaram acções terroristas, desde a década de 70 até ao presente, naquele país latino americano.
Um telegrama da embaixada dos EUA, em Bogotá, de 1979, claramente informa que Montoya Uribe, clandestinamente, criou, treinou e armou uma organização terrorista – Aliança Anticomunista Americana/AAA (Triplo A) – responsável nos anos seguintes por um largo conjunto de crimes: atentados bombistas, raptos e assassínios contra alegadas organizações esquerdistas colombianas.
O então embaixador americano no El Dorado da Cocaína, Diego Asencio, constatou e informou o Departamento de Estado que “altos comandos militares colombianos” autorizaram directamente as operações terroristas dos paramilitares da AAA, com o envolvimento dos serviços secretos militares do país. O objectivo, segundo o então comandante do exército General Jorge Robledo Pulido, consistia “em criar a impressão de que a Aliança Anticomunista Americana se estabeleceu na Colômbia para iniciar acções violentas contra os comunistas locais.”
O general Montoya participou activamente na criação da AAA, de acordo com denúncias feitas por cinco antigos membros do batalhão, em 1980, ao jornal mexicano El Dia, acusando o então tenente Mario Montoya como o responsável máximo pelo atentado bombista contra o jornal do Partido Comunista da Colômbia Voz Proletaria.
Durante muitos anos o governo americano e as suas diversas agências secretas – da CIA à DIA (secreta militar americana) não apenas fizeram vista grossa como mentiram aos poderes executivo e legislativo, e ao povo que os elegeu. Em 1999 a DIA – Defense Intelligence Agency – classificaram as denúncias e acusações feitas contra Montoya, por uma organização de defesa dos direitos humanos, a Pax Christi International – que incluíam a destruição com explosivos de centros de comunicações, ameaças de morte, assassínios e outras acções criminosas contra alegados adversários políticos e presumíveis simpatizantes da guerrilha pró-comunista – como uma mera “campanha caluniosa de uma ONG [Organização Não Governamental] que já dura há 20 anos.” Refira-se que naquela altura, Montoya estava prestes a ser nomeado para o cargo de supremo comandante militar do Exército da Colômbia.
A atitude de branqueamento por parte das autoridades americanas das actividades criminosas e clandestinas de Montoya foi posta à prova, em Março passado, através de um artigo publicado pelo diário Los Angeles Times (EUA, Califórnia), que divulgou parte de um relatório da CIA, segundo o qual o general se envolveu directamente numa operação conjunta – Orion – com outro grupo paramilitar terrorista de Medellín, em 2002-2003, para o desmembramento de redes locais de guerrilha urbana. A CIA referia expressamente que a “informação foi fornecida por uma fonte segura”, de acordo com comentários do adido militar americano incluídos no documento. A Operação Orion saldou-se em, pelo menos, 14 mortos e dezenas de desaparecidos.
O senador democrata americano Patrick Leahy, presidente da sub-comissão do Senado que fiscaliza a ajuda à Colômbia, não teve outra solução – bloqueou o envio de 55 milhões de dólares de ajuda às forças de segurança da Colômbia. Leahy prometeu que agora “não haverá mais branqueamento como no Congresso anterior” pois “não queremos que a nossa ajuda vá parar às mãos de alguém ligado aos paramilitares” colombianos.
Por seu turno, há poucas semanas, o Congresso dos EUA, agora também com maioria democrata, apertou ainda mais o cerco ao reduzir substancialmente a ajuda militar ao maior produtor de cocaína do mundo, com a exigência de que o governo colombiano combata eficazmente os grupos terroristas, quaisquer que sejam as suas alegadas orientações políticas.
Montoya e seus sequazes têm um sangrento currículo nas respectivas carreiras militares. Em Março passado, a descoberta de uma vala comum na região administrativa de Putamayo suscita ainda mais suspeitas sobre as obscuras actividades do general e conselheiro presidencial como comandante da Força Especial Conjunta do Sul, unidade financiado com dinheiro dos contribuintes americanos e encarregada de alegadamente coordenar as operações contra o narcotráfico e antiguerrilha naquela região, entre 1999 e 2001. Os investigadores calculam que mais de 100 indivíduos foram assassinados pela violência paramilitar enquanto Montoya liderou aquela unidade de tropas especiais.
Um telegrama da embaixada dos EUA, em Bogotá, de 1979, claramente informa que Montoya Uribe, clandestinamente, criou, treinou e armou uma organização terrorista – Aliança Anticomunista Americana/AAA (Triplo A) – responsável nos anos seguintes por um largo conjunto de crimes: atentados bombistas, raptos e assassínios contra alegadas organizações esquerdistas colombianas.
O então embaixador americano no El Dorado da Cocaína, Diego Asencio, constatou e informou o Departamento de Estado que “altos comandos militares colombianos” autorizaram directamente as operações terroristas dos paramilitares da AAA, com o envolvimento dos serviços secretos militares do país. O objectivo, segundo o então comandante do exército General Jorge Robledo Pulido, consistia “em criar a impressão de que a Aliança Anticomunista Americana se estabeleceu na Colômbia para iniciar acções violentas contra os comunistas locais.”
O general Montoya participou activamente na criação da AAA, de acordo com denúncias feitas por cinco antigos membros do batalhão, em 1980, ao jornal mexicano El Dia, acusando o então tenente Mario Montoya como o responsável máximo pelo atentado bombista contra o jornal do Partido Comunista da Colômbia Voz Proletaria.
Durante muitos anos o governo americano e as suas diversas agências secretas – da CIA à DIA (secreta militar americana) não apenas fizeram vista grossa como mentiram aos poderes executivo e legislativo, e ao povo que os elegeu. Em 1999 a DIA – Defense Intelligence Agency – classificaram as denúncias e acusações feitas contra Montoya, por uma organização de defesa dos direitos humanos, a Pax Christi International – que incluíam a destruição com explosivos de centros de comunicações, ameaças de morte, assassínios e outras acções criminosas contra alegados adversários políticos e presumíveis simpatizantes da guerrilha pró-comunista – como uma mera “campanha caluniosa de uma ONG [Organização Não Governamental] que já dura há 20 anos.” Refira-se que naquela altura, Montoya estava prestes a ser nomeado para o cargo de supremo comandante militar do Exército da Colômbia.
A atitude de branqueamento por parte das autoridades americanas das actividades criminosas e clandestinas de Montoya foi posta à prova, em Março passado, através de um artigo publicado pelo diário Los Angeles Times (EUA, Califórnia), que divulgou parte de um relatório da CIA, segundo o qual o general se envolveu directamente numa operação conjunta – Orion – com outro grupo paramilitar terrorista de Medellín, em 2002-2003, para o desmembramento de redes locais de guerrilha urbana. A CIA referia expressamente que a “informação foi fornecida por uma fonte segura”, de acordo com comentários do adido militar americano incluídos no documento. A Operação Orion saldou-se em, pelo menos, 14 mortos e dezenas de desaparecidos.
O senador democrata americano Patrick Leahy, presidente da sub-comissão do Senado que fiscaliza a ajuda à Colômbia, não teve outra solução – bloqueou o envio de 55 milhões de dólares de ajuda às forças de segurança da Colômbia. Leahy prometeu que agora “não haverá mais branqueamento como no Congresso anterior” pois “não queremos que a nossa ajuda vá parar às mãos de alguém ligado aos paramilitares” colombianos.
Por seu turno, há poucas semanas, o Congresso dos EUA, agora também com maioria democrata, apertou ainda mais o cerco ao reduzir substancialmente a ajuda militar ao maior produtor de cocaína do mundo, com a exigência de que o governo colombiano combata eficazmente os grupos terroristas, quaisquer que sejam as suas alegadas orientações políticas.
Montoya e seus sequazes têm um sangrento currículo nas respectivas carreiras militares. Em Março passado, a descoberta de uma vala comum na região administrativa de Putamayo suscita ainda mais suspeitas sobre as obscuras actividades do general e conselheiro presidencial como comandante da Força Especial Conjunta do Sul, unidade financiado com dinheiro dos contribuintes americanos e encarregada de alegadamente coordenar as operações contra o narcotráfico e antiguerrilha naquela região, entre 1999 e 2001. Os investigadores calculam que mais de 100 indivíduos foram assassinados pela violência paramilitar enquanto Montoya liderou aquela unidade de tropas especiais.
Fonte: Revista Semana (espanhol)
Brevemente: (Parte II)