quinta-feira, junho 21, 2007

BRICS: Gestores ocidentais desconhecem mercados emergentes

O diário digital do Dubai Kahaleej Times noticiou hoje que, de acordo com o resultado de um inquérito da telefónica britânica British Telecom “as companhias ocidentais demonstram um desconhecimento preocupante sobre mercados emergentes como a Índia, país que está a redesenhar globalmente os modelos de negócio.”
O estudo, divulgado hoje em Bangalore (Índia), baseou-se em inquéritos a 800 directores de grandes empresas americanas, britânicas, alemãs e francesas para avaliar o seu grau de conhecimento sobre os chamados BRICS Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Mais de metade desconhecia que a unidade monetária indiana é a rupia; a larga maioria dos inquiridos (9 em cada 10) revelou não saber que moeda brasileira é o real. Porém, ainda mais surpreendente é o facto de uma expressiva minoria (14%) de gestores, todos com educação superior, muitos mestrados e MBA's, ter respondido às perguntas - Qual é o principal produto russo? Vodka ou petróleo? - que era a bebida nacional do país comandado pelo ex-oficial do KGB, Vladimir Putin...
O relatório revela igualmente que
“enquanto 60% dos inquiridos (…) admitem que as economias emergentes estão a reinventar o ambiente global dos negócios, muitos aparentam dispor de um conhecimento rudimentar sobre as comunidades de negócios daqueles países”.
O conglomerado financeiro americano Goldman Sachs (GS) foi o inventor do acrónimo BRIC’s, em 2003, num relatório sobre o galopante crescimento económico e o seu correlativo peso no comércio mundial, de quatro países ― Brasil, Rússia, Índia e China. Mais recentemente os media anglófonos incluíram no grupo a África do Sul (país da Commonwealth, organização que inclui a maioria das ex-colónias do Império Britânico) rebaptizando-o de BRICS.
No citado relatório, a GS adiantou a previsão de que, face ao gigantesco potencial conjugado dos quatro países, os BRIC poderiam tornar-se as economias dominantes a nível mundial por volta de 2050. Os cálculos da financeira estadunidense apontavam para uma realidade previsível de o grupo, conjuntamente, em meados do século XXI, deter uma quota de 40% da população mundial e gerar um PIB agregado de 15 biliões (trillions) de dólares.