domingo, julho 29, 2007

O ronronar de um gato e o grito de um tigre


Wall Street, a toda-poderosa e omnipresente capital financeira da globalização, começa a dar sinais de um tsunami, que inevitavelmente arrastará consigo, os mercados financeiros mundiais, num estrepidante e incontrolável efeito dominó.
Eis alguns factos que apontam nesse sentido, a despeito do hoje anunciado crescimento do PIB americano e dos valores históricos da bolsa nova-iorquina, após várias semanas se terem aventurado a aproximar-se dos 14 mil pontos. Para alguns, menos atentos, repentinamente, ontem, os mercados de capitais norte-americanos, entraram num perigoso plano inclinado da sua evolução, invertendo todas as tendências aparentemente positivas, e não existem travões que lhe resistam.
Os três maiores índices bolsistas – Standard & Poor’s 500 (índice de acções cotadas em Bolsa), Dow Jones (DJIA/média de desempenho das indústrias cotadas na bolsa tradicional de Nova Iorque/NYSE) e o Nasdaq Composite (vulgarmente conhecida como a bolsa tecnológica dos EUA, mais especulativa e volátil que o DJIA, caíram ontem 1.5%, com as maiores quedas a registarem-se na última meia hora das transacções em Bolsa. Os preços do petróleo não refinado (crude oil) subiram 3%, fechando a USD 77.02, apenas 1 cêntimo abaixo do seu recorde histórico (New York Times, 27/07/2007).
A maior empresa de crédito hipotecário do país, Countrywide Financial, no dia 24, tocou os sinos a rebate ao revelar que um número crescente de clientes estava a não conseguir cumprir o pagamento das prestações dos créditos contratados e que o mercado imobiliário dava sinais de entrar numa fase de recessão. A recuperação poderá só acontecer em 2009, devido à acentuada depreciação dos preços dos imóveis que ultrapassou as piores quebras registadas nas últimas décadas (New York Times, 27/07/2007).
Era de prever face à evolução dos princípios fundamentais que permitem uma avaliação realista, sem cosméticas político-estatísticas, do funcionamento de uma economia, a saber:
Equilíbrios nas áreas real e monetária da economia;
Vectores orçamentais e monetários das políticas em execução;
Saldo orçamental e dívida pública;
Exposição à competitividade de mercados concorrentes no âmbito regulamentar do comércio internacional e saldo da balança comercial (défices vs.superávits)
Interdependência e interacção entre os mercados de bens, serviços e capitais;
Balança de pagamentos (composição e estrutura);
Política cambial/Taxas de câmbio (nominais e reais);
Evolução da paridade absoluta e relativa do poder de compra bem como da paridade descoberta das taxas de juro;
Evolução do mercado de câmbios e funcionamento dos regimes cambiais;
Outros indicadores: FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo); IDE (Investimento Directo Estrangeiro); Investimento Público e Privado; Consumo; Desempenho sectorial dos diversos sectores da economia; inflação, desemprego, entre outros
Assim, para quem, de facto, estava de olho nos fundamentais dos mercados estadunidenses, apenas ficou surpreendido por este pequeno tremor de terra (grau 3/4 na escala de Richter) ter acontecido só agora, e não em 2005/2006, quando já eram bem visíveis alguns sinais preocupantes nos fundamentais atrás referidos.
A dívida pública pendente do governo federal liderado por George W. Bush e Dick Cheney em 28/07/2007 às 03H33 TMG era de
$ 8 916 109 925 205,91
A população estimada dos EUA é de 302 547 509. Assim, cada cidadão americano que nasceu neste preciso momento já reparte com os seus concidadãos uma quota-parte da dívida no valor individual de 29 470, 12 dólares. A dívida do ex-país mais rico do mundo aumenta diariamente a uma média de 1 360 milhões de dólares desde o dia 29/09/2006…
Perante isto, passemos aos 2F's: Factos e Fundamentais
a) Défice público federal a galopar em dois anos (2005/2006) dos 7 para perto dos 9 biliões de dólares (1 milhão de milhões em Portugal = 1 trillion/trilhão nos EUA/BR);
b) Sucessivos défices orçamentais acumulados desde o início das guerras no Afeganistão (2001) e no Iraque (2003) e o consumo obsessivo-compulsivo de toneladas de recursos financeiros para alimentar o voraz Complexo Industrial-Militar;
c) Défices constantes no comércio EUA-China (cerca de 70 mil milhões de dólares/mês = 1 billion/bilhão EUA/BR);
c) Desde 2002 alguns analistas, como Dean Baker, Jon Tasini entre outros, e mega investidores/ especuladores como George Soros, Warren Buffet, mais duas mãos cheias de outros quejandos, chamavam à atenção para os perigos de umaimplosão do mercado provocado por uma nova e ameaçadaora bomba-relógio, apelidada de bolha imobiliária a qual, desde então, assumiu proporções crescentemente dramáticas;
Todavia, ao melhor estilo americano, os mercados funcionavam num intrigante ritmo de "business as usual", indiferentes a outros sinais não menos preocupantes:
Estagnação dos salários e queda do poder de compra real;
Refininanciamento crescente das famílias através do crédito hipotecário para suprir necessidades quotidianas de liquidez;
Aperto da concessão de crédito hipotecário às classes média e média-baixa proporcionalmente correspondente à elavada taxa de incumprimentos;
Os que perderam para os credores as suas garantias reais - apartamentos, moradias, etc. - estão na primeira linha de candidatos à inevitável onda de despedimentos/lay-offs que se perfila num horizonte não muito longínquo;
Ainda segundo o NYT, num artigo da responsabilidade de Andrew Ross Sorkin, aflora-se a possibilidade de “a turbulência nos mercados da dívida podem abrir caminho para fusões estratégicas, que podem usar liquidez e acções em vez de dívida, embora as empresas também possam optar em segurar as suas tesourarias.” (27/07/2007);
Tasini, porém, considera que as "fusões estratégicas" sobretudo quando resultam da reacção a uma crise tem como primeira consequência "os despedimentos para libertar os fundos necessários para financiamento da operação. De imediato os presidentes dos conselhos de administração marcam pontos, os bancos e as sociedades de advogados cobram, respectivamente, gordas taxas pelos serviços de engenharia financeira e honorários, enquanto milhares de famílias ficam arruinadas."
Afinal de contas bancos tem como "core business" viver dos juros do capital que emprestam aos seus clientes e os advogados cobram os seus serviços para os livrar de problemas, pagamentos de indeminizações, confiscos e arrestos de bens e, portanto, prosperam nas crises alheias.
Ao caírem as primeiras peças do dominó, em Nova Iorque, os mercados asiáticos e europeus, acompanharam a tendência depressiva. Na região Ásia-Pacífico o primeiro resultado negativo foi atingido pelo índice de referência bolsista japonês Nikkei, que caiu 2,4%, mas o efeito cascata provocou quebras ainda mais profundas nos índices de Taiwan/Taiex (- 4,2%) Singapura/SST(- 3,2%) e de Hong-Kong/Hang Seng (- 2,8%). Imperialmente a China nem se mexeu, fechando estável.
Os sectores mais atingidos foram os que mais dependem do comportamento dos consumidores anericanos: fabricantes de semicondutores, automóveis e equipamentos electrónicos sofreram perdas significativas no valor dos seus títulos.
Enquanto os fusos horários iam abrindo novos mercados o resultado era igualmente o de uma estrepitosa derrapagem com danos variáveis consoante os países: perdas superiores a 2% registaram-se em Espanha, França e Alemanha; Portugal (-3%, média da semana) enquanto o Reino Unido, Argentina, México e Brasil caíram mais de 3%.
A depreciação do dólar face ao euro parece uma tendência que se irá manter nos próximos tempos tendo fechado ontem a 1 EUR = 1.36484 USD;
Estamos quase em Agosto de 2007. Em 1929, a Grande Depressão aconteceu no tradicionalmente fatídico mês de Outubro, mas houve um pico no valor cotações no dia 3 de Setembro. Em cerca de um mês a queda média do mercado accionista de Wall Street foi de 17%. Mas o pior estava para vir. No dia 24 - a 5.ª feira negra - foram transaccionadas 12,9 milhões de acções um recorde nunca antes atingido. O pânico instalou-se com a esmagadora maioria dos investidores a quererem sair do mercado a qualquer preço. Na 2.ª feira, dia 28, o índice Dow Jones bateu mais um recorde, ao registar perdas de 13%. O dia seguinte - a 3.ª feira negra (29/10/1929) - ficaria na história como a maior catástrofe financeira mundial (só ultrapassada 40 anos mais tarde) com a venda de mais 12,4 milhões de acções. Nesse único dia a bolsanva-iorquina registou um prejuízo descomunal para a época: 14 mil milhões de dólares arderam entre as 08H00 e as 16H00. Nessa semana as perdas acumuladas chegaram aos 30 mil milhões de dólares, 10 vezes mais do que a totalidade do orçamento anual federal daquele ano, e muito mais do que custara ao Tesouro americano as despesas contabilizadas com a I Guerra Mundial...
Ontem, citado pelo NYT, Tobias Levkovich, estrategista chefe do Citigroup dos EUA para a gestão de patrimónios reconheceu que "existe potencial para que o medo se transforme em pânico" ao comentar os recentes acontecimentos. "Contudo, transforma-se em realidade porque acontece na dinâmica do mercado", concluiu.
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Pedro Varanda de Castro
--Publicada por Pedro Varanda de Castro em
INTELLSTEPS a 7/27/2007 07:26:00 PM
Comentário

Em primeiro lugar e antes de tudo, o mercantilismo, o lucro e a economia aberta e a pressão para seguirem as regras, (deles).
A União Indiana como o nome diz é uma União de nações e de povos.
Para mim e para muitos é claro que o Induísmo não é uma religião, é uma filosofia, digamos, não uma religião deísta, apenas se tornou o que é hoje quando da formação da União Indiana, cujas consequências e cisões conhecemos após a independência.
Se pensarmos como se formam as nações e os estados, ficamos a saber que se baseiam sempre em algum tipo de moral e esta é sempre baseada na religião deísta. O desenvolvimento, as liberdades, a consciência de um povo são sempre moldados e formam este corpo, a partir das concepções saídas da religião.
O secularismo e os seus evangelistas baseados na nova religião, a que chamam de humanista, baseada nas ideias do Iluminismo, têm feito o trabalho completado em todo o mundo pelo liberalismo, na sua nova forma revisionista na Europa, reinventada por um senhor dinamarquês segundo se diz, nos meios dos muito inteligentes economistas que por aí andam, imposta pelas economias baseadas e ditadas pelos países mais poderosos do mundo, até agora, enformados pelo Consenso de Washington.
Depois da banalização das novas tecnologias o poder do chamado ocidente deixa de o ser. Os consensos já não podem ser impostos.
Assim, a China, infringindo e ignorando a propriedade intelectual, (os activos incorpóreos), provoca a nível mundial uma quebra das regras que os neoliberais tanto apreciam e a que chamam de freemarket. Mas… chamar free market a uma economia mundial que funciona deste modo é para rir, porque se trata de facto de uma anarquia.
A verdade é que a hipocrisia guia a maior parte dos estados do chamado ocidente.
Se o PIB Norte Americano cresceu assim, uma das causas foi a construção, mas a verdade é que o estado norte americano sofre de um dilema insolúvel, o neoconservadorismo e mesmo o revisionismo neoliberal, essa febre que já chegou à Europa, e que será a causa da destruição da União, se é que ela alguma vez existiu, por causa da subserviência dos seus dirigentes ao chamado aliado, que de facto não passa de um patrão; esse estado, dizia eu, tem um dilema e uma baia: é a questão da construção de infraestruturas e a sua modernização. Como o estado não faz, fazem as empresas inflacionando os preços e a necessária amortização e lucros que se repercutirão no preço final. Quem não se lembra do apagão e da interdependência com o vizinho Canadá?
A bolha do imobiliário rebentou e o optimismo do homem que manda no comércio não sei se coincidirá com o do banco central.
De qual forma como eles gostam tanto de apregoar, “é a economia estúpido”, pois é, a economia estúpidos e a arrogância não é boa conselheira estúpidos.
A China tem um sistema económico onde o neoliberalismo não pega, a estrutura essencialmente familiar e muito específica torna-a um capitalismo à parte e eles não são mordomos dos patrões americanos.
Os japoneses resistem.
Os Indianos não são diferentes do que sempre foram, um sistema de castas.
A Coreia segue um pouco o exemplo japonês, mas não segue de certeza à letra as imposições norte americanas, como querem constantemente impor ao Japão pelo tratado ou melhor a imposição do chamado Consenso de Washington.
Atentemos ao desenvolvimento da bolha.
Nos combustíveis a Europa não se atrasou, os governos é que entregaram aos americanos tudo e hipotecaram o futuro, ficando provado que as comissões são decididas em Washington, na composição e nas políticas.
Depois dos subsídios para desenvolvimento agrícola, veio a política de quotas, a seguir os subsídios por quotas, depois o set aside e o desmantelamento das empresas agrícolas e a destruição e venda ao desbarato de toda as infraestruturas criadas nas explorações.
Agora querem acabar com o set aside, quando se sabe, que as reservas mundiais de cereais estão nas mão de especuladores.
Será só incompetência ou serviço ao patrão?
Será por acaso?
Os comissários e a comissão existem e servem quem?
A Europa? Duvido.
Ursos são alguns, mas nem todos.

EUA: CIM quer vender 20 mil milhões de dólares aos países "amigos" do Golfo e reforça generosamente o apoio militar a Israel

Os Estados Unidos preparam-se para operacionalizar um vultuoso acordo de fornecimento de armas com a Arábia Saudita, a executar durante os próximos 10 anos, no valor de 20 mil milhões de dolares (cerca de 15 mil milhões de euros) e, face às pressões de Telavive, estão abertos a aumentar a ajuda militar a Israel mas em termos e valores ainda mais favoráveis.
O primeiro-ministro israelita, Ehud Olmert regozijou-se hoje com o negócio, cujos detalhes, segundo ele, lhe foram fornecidos pelo próprio presidente estadunidense George W. Bush, nas conversações que ambos mantiveram no mês passado, em Washington. Bush garantiu-lhe que Israel também irá receber novos fornecimentos de armas, durante o mesmo período, à razão de 3 mil milhões de dólares/ano, ou seja mais 50% do montante que os países da região, religiosamente inimigos do estado sionista, irão pagar.
Em declarações citadas hoje pela agência noticiosa britânica Reuters, num despacho de Jerusalém, Olmert afirmou aos jornalistas que o negócio representa "um aumento de 25% da ajuda militar norte-americana a Israel. Penso que se trata de uma significativa e importante melhoria para Israel." O chefe do executivo judaico acrescentou: "Nós compreendemos que os Estados Unidos precisem de dar assistência aos estados árabes moderados que, juntamente connosco e com os EUA, estão do mesmo lado no combate contra o Irão", referindo-se explicitamente ao programa nuclear do regime xiíta de Teerão.
Segundo a edição de ontem do diário americano The New York Times , o acordo faria parte de uma estratégia do Complexo Industrial-Militar dos States para tentar diminuir a alegada ameaça nuclear iraquiana no Golfo Pérsico. Fontes militares do Pentágono revelaram que entre o arsenal incluído na "lista de compras" árabe se encontram sistemas para condução teleguiada de mísseis, aviões de combate e navios de guerra. O Barein, Kuwait, Oman e o Qatar estão inclusos no acordo da multimilionária venda do sofisticado arsenal armamentista. Por seu turno, o Egipto deverá receber um programa específico de ajuda militar, em fase de preparação pelo Pentágono e pela Casa Branca, no valor de 13 mil milhões de dólares (cerca de 9,5 mil milhões de euros) na sua qualidade de aliado árabe privilegiado dos EUA, no Médio Oriente. Esta informação, foi também revelada pela Reuters citando "um funcionário superior do Departamento de Estado."
Porém, segundo o New York Times, algumas figuras proeminentes do poder legislativo, em Washington, não escondem o seu desconforto e uma branda, mas perceptível, discordância com o volume do acordo com os países árabes. O jornal nova-iorquino é, no entanto, omisso quanto à reacção dos mesmos membros do Congresso e do Senado americanos sobre as contrapartidas dadas a Israel. Congressistas e senadores deverão tomar uma decisão final sobre o assunto no final do corrente ano, quando a proposta do presidente baixar às duas câmaras para debate e votação.
O secretário da Defesa, Robert Gates, juntamente com a chefe da dimplomacia americana, Condoleezza Rice, deverá debater os detalhes político-militares e financeiros do planeado acordo com os líderes máximos da monarquia saudita, durante a visita oficial que ambos farão a Riade, na próxima semana.

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Por Pedro Varanda de Castro com informação da Reuters e do NYT.

sexta-feira, julho 27, 2007

Wall Street: Sinais de alerta avolumam-se, prenunciando crise financeira global...

Wall Street, a toda-poderosa e omnipresente capital financeira da globalização, começa a dar sinais de um tsunami, que inevitavelmente arrastará consigo, os mercados financeiros mundiais, num estrepidante e incontrolável efeito dominó.
Eis alguns factos que apontam nesse sentido, a despeito do hoje anunciado crescimento do PIB americano e dos valores históricos da bolsa nova-iorquina, várias semanas após se terem aventurado a atingir os 14 mil pontos. Para alguns, menos atentos, repentinamente, ontem, os mercados de capitais norte-americanos, entraram num perigoso plano inclinado da sua evolução, invertendo todas as tendências aparentemente positivas, e não existem travões que lhe resistam.
Os três maiores índices bolsistas – Standard & Poor’s 500 (índice de acções cotadas em Bolsa), Dow Jones (DJIA/média de desempenho das indústrias cotadas na bolsa tradicional de Nova Iorque/NYSE) e o Nasdaq Composite (vulgarmente conhecida como a bolsa tecnológica dos EUA, mais especulativa e volátil que o DJIA) caíram ontem 1.5%, com as maiores quedas a registarem-se na última meia hora das transacções em Bolsa. Os preços do petróleo não refinado (crude oil) subiram 3%, fechando a USD 77.02, apenas 1 cêntimo abaixo do seu recorde histórico (New York Times, 27/07/2007).
A maior empresa de crédito hipotecário do país, Countrywide Financial, no dia 24, tocou os sinos a rebate ao revelar que um número crescente de clientes não estava a conseguir cumprir o pagamento das prestações dos créditos contratados e que o mercado imobiliário dava sinais de entrar numa fase de recessão. A recuperação poderá só acontecer em 2009, devido à acentuada depreciação dos preços dos imóveis, que ultrapassou as piores quebras registadas nas últimas décadas (New York Times, 27/07/2007).
Era de prever face à evolução dos princípios fundamentais que permitem uma avaliação realista, sem cosméticas político-estatísticas, do funcionamento de uma economia, a saber:
  • Equilíbrios nas áreas real e monetária da economia;
  • Vectores orçamentais e monetários das políticas em execução;
  • Saldo orçamental e dívida pública;
  • Exposição à competitividade de mercados concorrentes no âmbito regulamentar do comércio internacional e saldo da balança comercial (défices vs.superávits)
  • Interdependência e interacção entre os mercados de bens, serviços e capitais;
  • Balança de pagamentos (composição e estrutura);
  • Política cambial/Taxas de câmbio (nominais e reais);
  • Evolução da paridade absoluta e relativa do poder de compra bem como da paridade descoberta das taxas de juro;
  • Evolução do mercado de câmbios e funcionamento dos regimes cambiais;
  • Outros indicadores: FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo); IDE (Investimento Directo Estrangeiro); Investimento Público e Privado; Consumo; Desempenho sectorial dos diversos sectores da economia; inflação, desemprego, entre outros
Assim, para quem, de facto, estava de olho nos fundamentais dos mercados estadunidenses, apenas ficou surpreendido por este pequeno tremor de terra (grau 3/4 na escala de Richter) ter acontecido só agora, e não em 2005/2006, quando já eram bem visíveis alguns sinais preocupantes nos fundamentais atrás referidos.

A dívida pública pendente do governo federal liderado por George W. Bush e Dick Cheney em 28/07/2007 às 03H33 TMG era de

$ 8 916 109 925 205,91

A população estimada dos EUA é de 302 547 509. Assim, cada cidadão americano que nasceu neste preciso momento já reparte com os seus concidadãos uma quota-parte da dívida no valor individual de 29 470, 12 dólares. A dívida do ex-país mais rico do mundo aumenta diariamente a uma média de 1 360 milhões de dólares desde o dia 29/09/2006…

Perante isto, passemos aos 2F's: Factos e Fundamentais
a) Défice público federal a galopar em dois anos (2005/2006) dos 7 para perto dos 9 biliões de dólares (1 milhão de milhões em Portugal = 1 trillion/trilhão nos EUA/BR);
b) Sucessivos défices orçamentais acumulados desde o início das guerras no Afeganistão (2001) e no Iraque (2003) e o consumo obsessivo-compulsivo de toneladas de recursos financeiros para alimentar o voraz Complexo Industrial-Militar;
c) Défices constantes no comércio EUA-China (cerca de 70 mil milhões de dólares/mês ou billions/bilhões EUA/BR);
c) Desde 2002 alguns analistas, como Dean Baker, Jon Tasini entre outros, e mega investidores/ especuladores como George Soros, Warren Buffet, mais duas mãos cheias de outros quejandos, chamavam à atenção para os perigos de uma implosão do mercado provocada por uma nova e ameaçadaora bomba-relógio, apelidada de bolha imobiliária a qual, desde então, assumiu proporções ainda mais dramáticas;
Todavia, ao melhor estilo americano, os mercados funcionavam num intrigante ritmo de "business as usual", indiferentes a outros sinais não menos preocupantes:
  • Estagnação dos salários e queda do poder real de compra;
  • Refininanciamento crescente das famílias através do crédito hipotecário para suprir necessidades quotidianas de liquidez;
  • Aperto da concessão de crédito hipotecário às classes média e média-baixa proporcionalmente correspondente à elavada taxa de incumprimentos;
  • Os que perderam para os credores as suas garantias reais - apartamentos, moradias, etc. - estão na primeira linha de candidatos à inevitável onda de despedimentos/lay-offs que se perfila num horizonte não muito longínquo;
  • Ainda segundo o NYT, num artigo da responsabilidade de Andrew Ross Sorkin, aflora-se a possibilidade de “a turbulência nos mercados da dívida poder abrir caminho para fusões estratégicas, que usarão liquidez e acções em vez de dívida, embora as empresas também possam optar em segurar as suas tesourarias.” (27/07/2007);
  • Tasini, porém, considera que as "fusões estratégicas" sobretudo quando resultam da reacção a uma crise tem como primeira consequência "os despedimentos para libertar os fundos necessários para o financiamento da operação. De imediato os presidentes dos conselhos de administração marcam pontos, os bancos e as sociedades de advogados cobram, respectivamente, gordas taxas pelos serviços de engenharia financeira e honorários, enquanto milhares de famílias ficam arruinadas."
  • Afinal de contas os bancos tem como "core business" viver dos juros do capital que emprestam aos seus clientes e os advogados cobram os seus serviços para os livrar de problemas, como pagamentos de indeminizações, confiscos e arrestos de bens e, portanto, prosperam nas crises alheias.
  • Ao caírem as primeiras peças do dominó, em Nova Iorque, os mercados asiáticos e europeus, acompanharam a tendência depressiva. Na região Ásia-Pacífico o primeiro resultado negativo foi atingido pelo índice de referência bolsista japonês Nikkei, que caiu 2,4%, mas o efeito cascata provocou quedas ainda mais abruptas nos índices de Taiwan/Taiex (- 4,2%) Singapura/SST(- 3,2%) e de Hong-Kong/Hang Seng (- 2,8%). Imperialmente a China nem se mexeu, fechando estável.
  • Os sectores mais atingidos foram os que dependem, sobretudo, do comportamento dos consumidores anericanos: fabricantes de semicondutores, automóveis e equipamentos electrónicos sofreram, por esse motivo, perdas significativas no valor dos seus títulos.
  • Enquanto os fusos horários iam abrindo novos mercados o resultado era igualmente o de uma estrepitosa derrapagem com danos variáveis consoante os países: perdas superiores a 2% registaram-se em Espanha, França e Alemanha; Portugal (-3%, média da semana) enquanto o Reino Unido, Argentina, México e Brasil caíram mais de 3%.
  • A depreciação do dólar face ao euro parece uma tendência que se irá manter nos próximos tempos, tendo fechado ontem a 1 EUR = 1.36484 USD;

Estamos quase em Agosto de 2007. Em 1929, a Grande Depressão aconteceu no tradicionalmente fatídico mês de Outubro, mas houve um pico no valor cotações no dia 3 de Setembro. Em cerca de um mês a queda média do mercado accionista de Wall Street foi de 17%. Mas o pior estava para vir. No dia 24 - a 5.ª feira negra - foram transaccionadas 12,9 milhões de acções, um recorde nunca antes atingido. O pânico instalou-se com a esmagadora maioria dos investidores a querer sair do mercado a qualquer preço. Na 2.ª feira, dia 28, o índice Dow Jones voltou a registar perdas significativas (- 13%). O dia seguinte - a 3.ª feira negra (29/10/1929) - ficaria na história como a maior catástrofe financeira mundial (só ultrapassada 40 anos mais tarde) com a venda de mais 12,4 milhões de acções. Nesse único dia a bolsa nova-iorquina registou um prejuízo descomunal para a época: 14 mil milhões de dólares arderam entre as 08H00 e as 16H00. Nessa semana as perdas acumuladas chegaram aos 30 mil milhões de dólares, 10 vezes mais do que a totalidade do orçamento anual federal daquele ano, e muito mais do que custara ao Tesouro americano as despesas contabilizadas com a I Guerra Mundial...

Ontem, citado pelo NYT, Tobias Levkovich, estrategista-chefe do Citigroup dos EUA para a gestão de patrimónios reconheceu que "existe potencial para que o medo se transforme em pânico" ao comentar os recentes acontecimentos. "Contudo, transforma-se rapidamente em realidade porque acontece na dinâmica do mercado", concluiu.

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Pedro Varanda de Castro

EUA/Índia: Acordo de cooperação nuclear concluído

Os EUA e a Índia revelaram hoje ter fechado com sucesso as negociações sobre um acordo de cooperação nuclear gerador de vantagens políticas, económicas e geoestratégicas para os dois países.
Não foram fornecidos detalhes sobre o polémico pacto, cuja conclusão se arrastava há muito, embora as duas partes concordem na necessidade de adoptar medidas sensíveis antes da sua execução.
O acordo, aprovado pelo governo da Índia, na quarta-feira, concede facilidades aos indianos para comprarem combustível e equipamentos nucleares aos EUA, pela primeira vez desde há três décadas.
A polémica centra-se no critério dúplice de Washington face a Nova Deli, e aplicado a outros países - como Israel - que se recusaram não apenas a assinar o tratado de não-proliferação mas que, apesar da oposição da comunidade internacional, realizaram testes com armas nucleares. O Irão, que é um dos países subscritores do tratado, tem-se confrontado com a irredutível oposição da administração Bush/Cheney ao seu programa de enriquecimento de urânio, a despeito de Teerão ter repetidamente declarado que apenas pretende usar a energia atómica para fins civis. A intenção do governo Bush de permitir que os indianos reprocessem combustível nuclear de origem norte-americana é reveladora da duplicidade de critérios e da incoerência política e jurídica da atitude americana face ao Irão.
"A conclusão das negociações a respeito desse acordo marcam um grande passo rumo ao cumprimento da nossa promessa em estabelecer um programa de cooperação nuclear total com o sector civil conforme previsto pelo presidente George W. Bush, dos EUA, e pelo primeiro-ministro Manmohan Singh, da Índia", refere o comunicado conjunto, divulgado publicamente pela secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, e pelo ministro indiano Negócios Estrangeiros, Shri Pranab Mukherjee, e difundido por várias agências noticiosas a partir de Washington e Nova Deli.
A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) está obrigada a inspeccionar as instalações nucleares indianas. Para que o acordo entre em vigor é igualmente necessária a aprovação do Grupo de Fornecedores Nucleares, composto por 45 países, cuja maioria tem votado sempre ao lado dos EUA.
O Congresso americano, que obrigatoriamente deverá também aprovar o acordo, está dividido. Muitos congressistas (republicanos e democratas), bem como vários especialistas em questões nucleares, têm manifestado críticas ao que classificam como "perigosas concessões" do governo Bush à indústria atómica indiana.
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Fontes: Agências Noticiosas Internacionais

EUA: PIB cresceu 3,4% no segundo trimestre

O Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA cresceu a uma taxa anual de 3,4% entre Abril e Junho acelerando face aos primeiros três meses de 2007, de acordo com a primeira estimativa divulgada esta sexta-feira pelo Departamento do Comércio.
Face aos 0,6% (revistos) da taxa observada nos primeiros três meses do ano em curso, os dados apontam para o ritmo trimestral de crescimento mais acelerado desde o princípio do ano passado. As estimativas dos economistas apontavam para um intervalo 3,2-3,6% entre Abril e Junho últimos.
A dinâmica de crescimento foi impulsionada pelas exportações, despesa pública e construção.
Os gastos de consumo das famílias, que têm um peso importante no produto dos Estados Unidos, cresceram 1,3%, menos de metade do esperado.
O indicador da inflação anual ficou estabilizado, mas o índice da inflação subjacente (que exclui alimentos frescos e energia) progrediu 1,4%, ou seja, ao nível mais lento desde o segundo trimestre de 2003.



Fonte:
Diário Digital

Sarkozy defende acordo nuclear com a Líbia

Um dia após assinar um acordo nuclear com a Líbia, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, afirmou que o Ocidente deve permitir que países árabes desenvolvam tecnologia nuclear pacífica, caso contrário, o mundo pode enfrentar um guerra de civilizações.
Hoje (ontem), ele chegou ao Senegal, um dos países no roteiro do presidente francês na África, onde reforçará os laços diplomáticos e deve assinar acordos de investimentos."A energia nuclear é a energia do futuro. Se não dermos essa energia para os países do sul do Mediterrâneo, como eles se desenvolverão? E se eles não se desenvolverem, como vamos lutar contra o terrorismo e fanatismo?", disse.
No acordo assinado ontem, França e Líbia se comprometeram a cooperar na construção de um reator nuclear que irá dessalinizar água do mar para abastecer a população da Líbia. Apesar da preocupação da comunidade internacional com a proliferação de programas nucleares, como o do Irã, o acordo parece não ter tido grandes repercussões.
"Não vejo perigo de proliferação, uma vez que a Líbia vem cooperando de maneira exemplar com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da ONU e com os governos britânico e americano", afirmou o analista Mark Fitzpatrick, do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos.
Em 2003, o líder líbio, Muamar Kadafi, aceitou desmantelar seus programas de desenvolvimento de armas de destruição em massa após negociações com os EUA e a Grã-Bretanha. "É importante que o resto do mundo veja que quando um país abandona seus programas de armas de destruição em massa, consegue vantagens tangíveis, como esse acordo com a França", ressaltou Fitzpatrick.
Excertos de notícia divulgada pela Agência Estado, Brasil

"The American Way: Business as Usual"

"Represento o melhor sistema econômico do mundo... Temos ensinado a todos os outros como devem trabalhar. Mas ficamos tranqüilos e muitas coisas já precisam de ser reparadas. Caso contrário, teremos problema a longo prazo. Mas fiquem sabendo, vamos acertar tudo".
Thomas (Tom) Donahue, presidente da American Chamber of Commerce (Câmara do Comércio dos EUA em Nova York), maior federação de empresas do mundo, com 300 mil sócios diretos e três milhões indiretos, associados a entidades semelhantes, e o seu presidente admite que "é o advogado do empreendedorismo norte-americano junto ao Congresso dos EUA, a Casa Branca, as autoridades reguladoras e os tribunais."
Atividade política
"Somos um organismo com atividade política", admite e que apoia "abertamente muito mais os candidatos republicanos que os democratas (para o Congresso), embora também apoiemos vários democratas. Nosso critério básico para o apoio é se o candidato apóia as empresas".
Quais as "coisas" que merecem correção imediata?
"A 'coisa' mais difícil é a infra-estrutura dos EUA. Temos um problema particular em nossa infra-estrutura", destaca Donahue. "Temos uma economia de 13 trilhões de dólares e em 10 anos vamos aumentá-la mais seis, sete ou oito trilhões de dólares. A infra-estrutura do país não resistirá", explica, referindo-se aos sistemas de controle de tráfego aéreo, geração de eletricidade, refinarias e pontes.
"Devemos nos concentrar nesta questão, que é muito difícil, porque o mundo vê os aviões e os caminhões passando, acende as luzes, liga o ar condicionado e há energia elétrica, liga o aquecedor e há gás natural. Assim, não se preocupa", continua, para advertir:
"Nossa economia não poderá crescer mais se não enfrentarmos este assunto".
Protecionismo não é solução
"Temos que achar como fazer a economia norte-americana mais competitiva e parar de acusar os outros pelas nossas deficiências", destaca Donahue, defensor do livre comércio. Ele não acredita que o comércio com a China constitua problema para os EUA, e seguramente não considera o protecionismo uma solução. A grande questão da manutenção de competitividade da economia norte-americana tem - para Donahue - dois aspectos: o primeiro é garantir o dinamismo humano e o talento por intermédio de imigração.
Ele complementa que "também é preciso muito trabalho no tema da educação, já que é muito bom para os bons alunos, mas deixa alunos e estudantes menos empenhados muito atrás".
"O segundo aspecto é a segurança energética no Século XXI. Em relação ao superaquecimento do planeta, Donahue diz que "já aconteceu no passado, em outros séculos, e não duvido que agora há alguma contribuição de fatores humanos". Mas imediatamente se contradiz:
"O problema deve ser enfrentado sem golpe contra a economia".
Processos e indenizações
"Existe unanimidade no mundo empresarial norte-americano sobre a questão da reforma do sistema judiciário. As empresas norte-americanas consideram estar sendo atingidas pela possibilidade de ações maciças de pedidos de indenização de cidadãos contra empresas que são condenadas por várias questões". "A Câmara estima que os custos processuais são mais do que o dobro, como percentual do Produto Interno Bruto (PIB), na comparação com países como França, Japão e Grã-Bretanha: 2,2% do PIB, ou US$ 260 bilhões, no ano de 2004", revelou Donahue.
Propriedade intelectual
"O crime comum - diz Donahue - custa 16 bilhões de dólares por ano, enquanto o custo do roubo de propriedade intelectual é de 250 bilhões por ano. Mas sou otimista, porque já houve grande progresso nos últimos cinco anos, na direção que a Câmara deseja e com a colaboração de alguns grandes países, como China, Rússia, Índia, Brasil, México e Coréia do Sul".
Remunerações e fraudes
Os aspectos ruins do capitalismo, como as fraudes nas bolsas de valores e as remunerações excessivamente altas dos executivos não parecem preocupar Donahue particularmente. Questionado a respeito, duvida que as remunerações de dezenas ou até de centenas de milhões de dólares que muitos CEOs recebem "são realmente excessivamente altas".
Ele justifica afirmando que eles (CEOs) criam grandes lucros para os acionistas. A propósito, criticou com veemência certo jornal norte-americano que "levantou" a questão das remunerações dos executivos. Em seguida, Donahue pediu que o nome do jornal fosse considerado como citado off the record.
Sobre as fraudes nas bolsas de valores, reconhece que "não podem existir outras Enron", mas acredita que o custo que recai sobre as empresas é excessivo.
Excertos de um artigo publicado no site brasileiro Monitor Mercantil

terça-feira, julho 24, 2007

Um aborto vale mais que uma criança

Um aborto vale mais que uma criança?

Um aborto é uma medida civilizacional, (… palmas…), do rebanho… ao senhor que veste Armani de 2ª).

Um aborto custa mais que uma criança, numa sociedade envelhecida e doente de ideias, com dirigentes que não têm cura para a possessão.

Um aborto, não pode ser perguntado ao que vem, nem influenciado e não tem taxas moderadoras.

Uma família que queira ter filhos e que automaticamente deveria receber, sem perguntas, um subsídio de apoio à natalidade, tem baias, para os diligentes funcionários da Segurança Social, com um ministro que sendo vesgo por defeito físico, é cego por causa cerebral, porque vê tudo por escalões, tipo subsídio do leite do Governo Civil, tipo esmola, a ver se aumenta o exército de proletários a partir da destruição da classe média.

A cegueira não tem nada a ver com defeito físico, acontece, a natureza também ela é cega e o destino, como lhe queiram chamar, igual. Não me refiro esta cegueira ou ser zarco ou de olho enviesado. Mas a hipocrisia dos políticos, os que se guiam pela ideia do igualitarismo, do iluminismo, que usam os mesmos argumentos que aqueles que dizem acreditar em Deus, seguem o mesmo tipo de argumentos, em nome do politicamente correcto, do secularismo evangélico, do “ Em nome do homem de Rousseau”, esquecendo ou fazendo esquecer, o sofrimento causado e as mortes causadas para espalhar a ideia e para as impor.

Não há diferenças, afinal o barro pode dar um linda peça ou uma peça disforme e a peça disforme ao ser apreciada pela elite sebenta hoje existente, é linda, é progressista, é um acto de cidadania; …como gosto da palavra cidadania!...;faz-me lembrar um aparelho inventado para separar rapidamente a cabeça do corpo e faz-me ouvir as multidões de povo brutalizado que de facto aumentou, na medida deste estado social, dos escalões dos técnicos do social…

O apoio à natalidade só por escalões.

A classe média deve ser proletarizada, como mandavam os mandamentos do leninismo, agora mandam os mandamentos do revisionismo neo conservador, há diferenças?
Sim, de autor e de actores.
Por que será?
Não há nenhum ataque à classe média…

Os escalões e a exclusão, é dos que são milionários em Euros, digo eu…

Quando a política é mandada por um cego e vaidoso e executada por um vesgo de espírito, com visão política enviesada pelo catecismo do revisionismo neo liberal, depois de ter marrado o catecismo marxista.

Depois do referendo do aborto e da publicação da lei e regulamentação da mesma, passando pela atitude de um Primeiro Ministro que se vangloria pela publicação dos referidos instrumentos, provocando uma situação vergonhosa de aborto livre e de graça, paga por todos os que pagam impostos, incluso em taxas moderadoras, coisa tão cara a um ministro que sofre de euforias deslocadas e sempre tão solícito em falar nesta conquista, a que o seu correlegionário chefe classifica de avanço civilizacional, lembrando-me os avanços civilizacionais dos secularistas evangélicos, do iluminismo e do ódio jacobino e dos seus instrumentos tecnológicos; depois destas medidas, e em nome da defesa da liberdade das mulheres e outros chavões da moda; apresentou, o Senhor Primeiro Ministro as medidas de protecção à maternidade, com menos convicção e menos entusiasmo, desde o 3º mês de gravidez e ao que parece até ao nascimento da criança.

A generosidade deste estado do sítio é apenas para aquelas mulheres corajosas que as burocracias da Segurança Social tão bem sabem fazer, colocar baias, limites de rendimentos, número de filhos e por aí fora, limitando a poucas as beneficiadas, humilhando-as primeiro e não impondo silêncio e segredo, como no caso do aborto.
É uma náusea, a patologia de que sofre esta gente em relação a tudo o que diga respeito ao rejuvenescimento da população. Sabe-se que muitos que defendem o chamado Planeamento Familiar e o reduzem aos métodos contraceptivos, não incluindo nele a dificuldade dos casais em terem filhos, muito à anos 60 e 70, muito tipo queima de sutiã, muito cheiro a bolor das gerações do Maio de 68 que ainda mandam nas estruturas da saúde deste país e que ainda não foram, como deviam, ser afastados, afinal são os burocratas com formação nas escolas chamadas de nacionais, ideologia igual à dos sindicatos mortos há muito, com sindicalistas que são cadáveres da política há muito morta e enterrada, mas que raio, qualquer pobre diabo tem direito à sua côdea de pão...
Entretanto, com pompa e circunstância anunciam um aumento de 100€ no abono de família de quem já o recebe, depois de passar pelo crivo das assistentes sociais da chamada segurança social.
Feitas as contas, vai ser muito mais caro um aborto, ao estado laico dos secularistas evangélicos que o apoio a uma criança e a uma família que a queira ter.
A gerontocracia que vigia de longe aplaude, porque não lhes resta mais nada senão a decrepitude.
A Nação, essa, depois das experiências da educação criminosamente seguidas pelo centrão da alternância e dos apêndices, morre de velhice, como aconteceu depois da Primeira Guerra mundial e da pneumónica, mas essas foram causas, digamos naturais, estupidez de causa maçónica a primeira e a segunda, um vírus da gripe.
Da primeira podemos sempre nos livrar, da segunda:” caldos de galinha e cuidados nunca fizeram mal a ninguém”.
“ Que o homem é a mais nobre das criaturas, pode inferir-se do facto de nenhuma outra ter contestado tal afirmação” G.C. Lichtenberg

segunda-feira, julho 23, 2007

O aborto é mais caro que o apoio à natalidade

A esmola do estado laico dos secularistas evangélicos do politicamente correcto

Depois do referendo do aborto e da publicação da lei e regulamentação da mesma, passando pela atitude de um Primeiro Ministro que se vangloria pela publicação dos referidos instrumentos, provocando uma situação vergonhosa de aborto livre e de graça, paga por todos os que pagam impostos, incluso em taxas moderadoras, coisa tão cara a um ministro que sofre de euforias deslocadas e sempre tão solícito em falar nesta conquista, a que o seu correlegionário chefe classifica de avanço civilizacional, lembrando-me os avanços civilizacionais dos secularistas evangélicos, do iluminismo e do ódio jacobino e dos seus instrumentos tecnológicos; depois destas medidas, e em nome da defesa da liberdade das mulheres e outros chavões da moda; apresentou, o Senhor Primeiro Ministro as medidas de protecção à maternidade, com menos convicção e menos entusiasmo, desde o 3º mês de gravidez e ao que parece até ao nascimento da criança.

A generosidade deste estado do sítio é apenas para aquelas mulheres corajosas que as burocracias da Segurança Social tão bem sabem fazer, colocar baias, limites de rendimentos, número de filhos e por aí fora, limitando a poucas as beneficiadas, humilhando-as primeiro e não impondo silêncio e segredo, como no caso do aborto.

É uma náusea, a patologia de que sofre esta gente em relação a tudo o que diga respeito ao rejuvenescimento da população. Sabe-se que muitos que defendem o chamado Planeamento Familiar e o reduzem aos métodos contraceptivos, não incluindo nele a dificuldade dos casais em terem filhos, muito à anos 60 e 70, muito tipo queima de sutiã, muito cheiro a bolor das gerações do Maio de 68 que ainda mandam nas estruturas da saúde deste país e que ainda não foram, como deviam, ser afastados, afinal são os burocratas com formação nas escolas chamadas de nacionais, ideologia igual à dos sindicatos mortos há muito, com sindicalistas que são cadáveres da política há muito morta e enterrada, mas que raio, qualquer pobre diabo tem direito à sua côdea de pão...

Entretanto, com pompa e circunstância anunciam um aumento de 100€ no abono de família de quem já o recebe, depois de passar pelo crivo das assistentes sociais da chamada segurança social.

Feitas as contas, vai ser muito mais caro um aborto, ao estado laico dos secularistas evangélicos que o apoio a uma criança e a uma família que a queira ter.

A gerontocracia que vigia de longe aplaude, porque não lhes resta mais nada senão a decrepitude.

A Nação, essa, depois das experiências da educação criminosamente seguidas pelo centrão da alternância e dos apêndices, morre de velhice, como aconteceu depois da Primeira Guerra mundial e da pneumónica, mas essas foram causas, digamos naturais, estupidez de causa maçónica a primeira e a segunda, um vírus da gripe.
Da primeira podemos sempre nos livrar, da segunda:” caldos de galinha e cuidados nunca fizeram mal a ninguém”.

“ Que o homem é a mais nobre das criaturas, pode inferir-se do facto de nenhuma outra ter contestado tal afirmação” G.C. Lichtenberg

sábado, julho 21, 2007

Bem prega Frei Tomás

O presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano) dos Estados Unidos, Ben Bernanke, calculou na quinta-feira que as perdas no setor de hipotecas de risco podem somar entre US$ 50 bilhões e US$ 100 bilhões.
Bernanke afirmou que a inflação nos EUA "é maior do que gostaríamos", o que afasta as possibilidades de uma redução das taxas de juros. Entre junho de 2006 e de 2007, os preços subiram 2,7% no país.
No segundo dia em que foi ao Congresso informar sobre o desempenho da economia, Bernanke classificou como "bastante significativas" as perdas na área de hipotecas de risco, e aproveitou para anunciar que o Fed se prepara para endurecer as normas que regulam os créditos. Hipotecas de risco são as estendidas a consumidores com mau histórico de pagamento de empréstimos. O fim do "boom" imobiliário nos Estados Unidos levou dezenas de pessoas e empresas que fazem empréstimos especializados deste tipo de produto financeiro à falência, inclusive a New Century Financial, segunda maior companhia do setor.
No entanto, o presidente do Fed enfatizou, no Comitê de Bancos do Senado, que o esfriamento do mercado imobiliário não reduziu "de forma significativa" o consumo, responsável por quase dois terços da atividade econômica nos EUA. O economista disse que, "com a queda no valor do imóvel", os consumidores reduzem suas despesas entre 4% e 9%. Bernanke destacou que "os índices mais confiáveis dos preços imobiliários não caíram a nível nacional"."Simplesmente subiram mais lentamente", afirmou.
Ao comparecer perante o Comitê de Finanças da Câmara de Representantes, Bernanke reconheceu que a estagnação no mercado imobiliário diminuirá o ritmo de crescimento econômico americano, e alertou para a pressão inflacionária, o que fez com que as bolsas caíssem.
O presidente do Fed disse que as agências de avaliação de crédito começaram a rever o nível de risco dos investimentos em hipotecas de risco. Além disso, quis tranqüilizar os legisladores ao afirmar que o Fed apresentará no final do ano novas normas para proteger os consumidores de anúncios "incompletos ou enganosos" sobre hipotecas. As regras também limitarão as multas impostas pelas pessoas que fazem empréstimos pelo pagamento antecipado de créditos."Pedi uma revisão completa das normas que regulam as hipotecas de risco", afirmou Bernanke diante dos legisladores, que mostraram preocupação com as repercussões da crise sobre os cidadãos e a economia em geral.
Quanto à inflação, Bernanke reiterou suas advertências de que existem "grandes riscos" de aumentos dos preços.Entre eles, citou o alto nível de uso da capacidade de produção e a "significativa" alta dos preços da energia e dos alimentos, "que pode elevar as expectativas inflacionárias". Bernanke disse que está preocupado com o aumento do valor dessas duas categorias de produtos, que poderia pôr a estabilidade da inflação a longo prazo em dúvida.
"O importante é a suficiente confiança em que os riscos (de aumento da inflação) diminuíram", afirmou.
Bernanke também comentou as relações comerciais dos EUA com a China, um tema bastante controverso no Congresso, já que vários legisladores acusam o país asiático de manter o valor da moeda chinesa artificialmente baixo, para beneficiar os seus exportadores.O presidente do Comitê de Bancos, o democrata Christopher Dodd, disse que, antes do recesso de agosto, apresentará para votação um projeto de lei para sancionar a China por "manipular" sua taxa de câmbio. Bernanke sublinhou que compartilha a "frustração" de Dodd sobre a lentidão na valorização do yuan, mas acrescentou que apenas o ajuste cambial não resolverá o "desequilíbrio comercial" entre os dois países.O presidente do Fed afirmou que também é necessário que a China melhore o sistema de segurança social e o sistema financeiro, o que aumentaria a demanda interna.
Fonte: Último Segundo
A propósito do artigo:
Meu caro:
Ora aqui está um artigo interessante do exemplo: "de bem prega Frei Tomás".
O Estado Americano que baseia a sua economia no estado não social, daí as disparidades em relação às performances e na dificuldade que as economias da Europa Continental têm em descolar com mais facilidade; pede através do Presidente do FED que a China melhore a segurança social e o sistema financeiro.
Em relação ao primeiro pedido estamos conversados e percebe-se, afinal querem impor um sistema que sempre diabolizaram e com que sempre fizeram humor em relação à Europa, antes da política, quanto a mim errada, dos revisionistas do neoliberalismo, veja-se o exemplo contrário e tenaz do Japão. A política de baixos salários na Europa é um disparate, numa economia global, o que parece ser um contra-senso, acabando com o sector social acaba-se um bom negócio, acaba-se com o bem estar das populações e promove-se a proletarização das classes médias. Depois quem vai ser o consumidor dos excedentes da produção?
E já agora o dinheiro dos muito ricos será comestível? As mulheres sabemos que são pelos jardineiros assalariados ou pelos motoristas, mas duvido que possam comer o dinheiro em excesso, a que se chama de liquidez? Será?
Em relação ao sector financeiro o que querem dizer, é aquilo que querem há muito e que o governo chinês agora lhes nega e bem, não permitir fusões e aquisições de financeiras americanas ou multinacionais (americanas), para depois controlarem o país.
Onde é que eu já vi isto? Nas Índias ocidentais para a América colonial, depois a Independência, depois o controlo e financiamento na guerra civil, depois a União na guerra com Espanha com o anexar dos territórios hoje americanos mas com nome espanhol, a seguir o financiamento da revolução bolchevique e a destruição do regime do Czar, depois o controlo de toda a Europa no resultado da 2ª Guerra, agora o xadrez da economia Russa anarco capitalista, os emergentes problemas da guerra religiosa tendo o petróleo como motivo de fundo, passando pelo narcotráfico e a regulação do mesmo, a pressão sobre o Japão há 10 anos e agora a China porque a Índia já está.
A bolha imobiliária está a ser bem tratada, ao contrário do que se passa aqui e em Espanha. A guerra do Presidente Francês com a Chanceler Alemã é uma das chaves ou do desastre ou da manutenção do aterra, descola.
Isto é a minha análise, será que estou errado? Em parte, totalmente ou só um pouquinho?

sexta-feira, julho 20, 2007

Itália: Serviços secretos italianos investigados sobre morte de juiz

A Promotoria de Caltanissetta, na Sicília, sul da Itália, investiga a possível participação de membros dos serviços secretos italianos no assassinato do juiz Paolo Borselino e de seu guarda-costas, mortos num atentado com explosivos realizado pela máfia siciliana, no dia 19 de julho, de 1992, em Palermo.
Fontes locais disseram à ANSA que o promotor substituto de Caltanissetta, Renato Di Natale, coordena um relatório sobre a possível participação de membros do serviço secreto, baseado em documentos sobre um controle remoto que pode ter sido utilizado pelos assassinos. Esta hipótese foi levada em consideração na época, logo após o crime, mas foi abandonada em seguida.
Nos processos judiciais realizados até hoje pelo assassinato do juiz e de seu guarda-costas foram condenados apenas os executores materiais do crime. A procuradoria da cidade siciliana também investiga a presença estranha de um agente de polícia no local do atentado pouco depois da explosão. O agente, já identificado, prestava serviço em Palermo pouco antes do assassinato do juiz, mas meses antes do crime foi transferido para a cidade de Florença após a descoberta que teria enviado "para o exterior" nomes de um grupo de policiais que investigava operações de tráfico de drogas.
Fonte: ANSA

Alemanha: Estudo garante que os EUA removeram armas nucleares de uma base alemã

O maior arsenal nuclear norte-americano na Europa, em Ramstein, sudoeste alemão, continha 130 bombas. Segundo especialistas, foi totalmente evacuado. Há indicações de que o Exército dos Estados Unidos teria evacuado completamente seu maior arsenal nuclear na Europa, o de Ramstein, no sudoeste da Alemanha. O estoque desta base militar era estimado em 130 ogivas atômicas.
Segundo um estudo da Federation of American Scientists (FAS), baseada em Washington, divulgado na segunda semana de julho, a medida reduziria a cerca de 350 armas o arsenal estadunidense no continente europeu.
"Considero quase certo que as bombas não estejam mais em Ramstein, há várias indicações neste sentido", declarou o autor do estudo, Hans M. Kristensen, ao periódico online Der Spiegel.

Melhor prova possível

O documento da FAS cita um relatório público das Forças Armadas norte-americanas na Europa (USAFE), de janeiro de 2007. Dele consta uma lista das instalações nucleares europeias a receberem, nos meses seguintes, visitas de especialistas em segurança nuclear. Estes, em geral, têm a função de auxiliar as equipes locais a se prepararem para as inspeções técnicas regulares. Pela primeira vez a base de Ramstein não é mencionada.
"Isso é uma prova clara de que as armas se foram", afirmou Kristensen. "O Exército não pode armazená-las sem inspeções regulares. Neste assunto, esta é a melhor prova que se pode ter."

Mais de 2.500 ogivas até o fim da Guerra Fria

Nem o Pentágono nem o Ministério alemão da Defesa reagiram oficialmente às afirmativas. A questão da remoção das ogivas veio à tona em 2005, quando membros do então governo SPD-Verdes se opuseram aos arsenais norte-americanos em solo alemão.
Segundo eles, tratava-se de um resquício da Guerra Fria, que minava o processo internacional de não-proliferação. Segundo cálculos, até o fim da Guerra Fria, no final da década de 1980, cerca de 2.570 armas nucleares haveriam sido transportadas para dezenas de locações, somente na Alemanha.
Em 2005, o Spiegel – citando oficiais da Defesa alemã que preferiram permanecer anônimos – também noticiou que bombas armazenadas em porões especiais de Ramstein haveriam sido discretamente removidas durante obras de grande porte na base militar. Agora acredita-se que as armas jamais foram devolvidas.

Difícil justificativa

Segundo a lista da USAFE de instalações nucleares na Europa, agora a única base estadunidense na Alemanha a conter armas atômicas seria Büchel, no sudeste do país. Acredita-se que ela possui cerca de 20 ogivas em abrigos subterrâneos.
"Agora será difícil o governo federal justificar as armas nucleares restantes na Europa", escreveu Otfried Nassauer, diretor no Centro de Segurança Transatlântica, de Berlim, num artigo para o jornal Der Tagesspiegel. Até então, o argumento de Berlim era o dever de mostrar solidariedade para com a NATO. Nassauer argumentou ainda que – longe de cumprir qualquer propósito militar – as armas nucleares representaram custos imensos, devido à necessidade de pessoal caro para as fiscalizar.

ONU confirmou encerramento de instalações nucleares na Coréia do Norte

A agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU), na quarta-feira, confirmou que a Coréia do Norte fechou o seu reator nuclear e outras quatro instalações, num grande passo positivo nos esforços para que o país abra mão dos seus programas nucleares.
O anúncio aconteceu no momento em que representantes das negociações multilaterais sobre o programa de armas nucleares da Coréia do Norte trabalhavam para chegar a um acordo que determinará objetivos mais amplos para a próxima fase de desarmamento de Pyongyang.
"Sim, verificamos agora que todas as cinco instalações nucleares foram fechadas", disse à repórteres Mohamed ElBaradei, chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), na capital da Malásia, em referência ao complexo norte-coreano de Yongbyon.
O reator produz material que pode ser transformado em plutônio para fins militares. Em fevereiro, a Coréia do Norte concordou em fechá-lo em troca de 50 mil toneladas de combustível, que começaram a chegar na semana passada, a partir da Coréia do Sul.
"A equipa colocou os lacres necessários e tomou outras medidas apropriadas", informou um comunicado da AIEA em Viena. "A instalação do equipamento necessário de vigilância e monitoração pela equipe da AIEA deverá ser concluída nas próximas semanas."
As duas Coréias, os EUA, a China, o Japão e a Rússia começam agora a debater como fechar o complexo de Yongbyon de maneira permanente.

Portugal, Espanha e Itália apostam na inovação

Chefes de Portugal, Itália e Espanha apadrinharam o terceiro encontro da Cotec Europa, na passada terça-feira, em Lisboa, após a reunião anterior que se realizou em Madrid. O Cotec consiste numa reunião de associações empresariais, que pretendem estimular a inovação na Europa, para ganhar competitividade. Os três chefes de Estado são os presidentes honorários do Cotec.
O encontro teve como objectivo aproveitar a oportunidade da presidência portuguesa do Conselho Europeu, para apresentar à Comissão Europeia (CE) uma proposta de cooperação. A associação quer ajudar a CE a identificar oportunidades para a política de inovação e acompanhar os investimentos comunitários nesta área.
O rei Juan Carlos de Espanha, presente no encontro, defendeu a necessidade de possibilitar o «acesso de todos os cidadãos ao mais alto nível educacional possível». O monarca focou ainda a imposição de «impulsionar eficazmente a investigação científica e tecnológica e promover a melhor utilização destes conhecimentos».
O encontro do Cotec deixou ainda um recado às empresas. De que não devem esperar pela crise para procurarem soluções e vencer a batalha da competitividade e que a principal arma é mesmo a inovação.
Fonte: TVI

Portugal/Presidência UE: PME e Política Industrial debatidas em Lisboa

A reforma da política Industrial europeia e apoios às pequenas e médias empresas (PME) vão dominar a reunião de sexta e sábado, em Lisboa, de ministros da União Europeia (UE) responsáveis pela Competitividade.
«Estamos no momento de fazer a revisão da política da União Europeia relativamente àquelas duas áreas e será isso que terá lugar na reunião», disse à Lusa o ministro da Economia e Inovação, Manuel Pinho, que conduzirá os trabalhos na qualidade de presidente em exercício do Conselho de Ministros dos 27 para o sector.
Será a terceira reunião ministerial informal do âmbito da presidência portuguesa da UE, que se iniciou a 01 de Julho e termina no final do ano, e terá a participação, além dos ministros da área dos 27 Estados-membros, dos comissários europeus das Empresas e Indústria, Günter Verheugen, e da Concorrência, Neelie Kroes.
A presidência portuguesa vai propor um maior apoio na UE às pequenas e médias empresas (PME), o que passa pela adopção de «soluções inovadoras para o financiamento», como o capital de risco ou a securitização de créditos.
Além disso, segundo o ministro português da Economia, Lisboa vai sugerir uma melhor regulamentação com vista à redução de custos administrativos, à capacitação das PME em mercados terceiros, como a Índia e a China, e à eficiência energética.
O conselho informal para a Competitividade terá uma novidade: a apresentação de cinco empresas portuguesas como casos de sucesso a nível europeu. São elas a Logoplaste, de embalagens, Simoldes, de moldes, BA - Barbosa e Almeida, vidreira, Martifer, de estruturas, e Serralves, de indústrias criativas.
«Estas empresas vão ser apresentadas e discutidas no conselho como 'case-study', casos de sucesso a nível europeu. Vão contar a sua história, as suas experiências, o seu plano de negócios«, adiantou à Lusa Manuel Pinho.
De acordo com o ministro da Economia e presidente do Conselho de Ministros da UE para a Competitividade, Indústria, Empresas, entre outras áreas, um dos objectivos »é dar um sinal claro de que Portugal tem empresas de sucesso que se estão a afirmar no mercado global«.
Quanto à política industrial, Manuel Pinho adiantou que »a opção da presidência foi a de focar-se num sector específico com grande importância a nível europeu, mas também para Portugal«, a floresta. De acordo com o ministro, o tema da floresta será abordado na sessão da reunião consagrada à política Industrial, com base num estudo de uma empresa de consultoria internacional «que identifica claramente os principais desafios da indústria a nível europeu e também nacional».
«Na Europa, este sector [floresta] é o número um. E em Portugal temos actualmente neste sector empresas verdadeiramente líderes, algumas delas também número um a nível mundial»,
sublinhou o ministro.
Manuel Pinho deu como exemplos a indústria da cortiça, dos aglomerados de madeira e o sector da pasta e do papel, onde existem «empresas com verdadeira dimensão europeia».
O ministro aludiu ainda à recente autorização por Bruxelas de «dois importantíssimos investimentos», referindo-se aos casos da Portucel e da Altri, que «vão consolidar em Portugal empresas com uma dimensão verdadeiramente europeia na pasta e no papel».
Em relação à Competitividade, Pinho colocou a tónica na revisão - «ainda com maior ambição» - da designada Estratégia de Lisboa, frisando a importância da aposta no conhecimento, na inovação e na formação dos recursos humanos.
Defendeu que uma União Europeia mais competitiva exige uma maior aposta na globalização e uma política ambiciosa no sector da energia.
A reunião liderada por Manuel Pinho começa imediatamente a seguir a uma outra de ministros da Ciência dos 27, também consagrada à Competitividade, que se iniciou hoje e termina ao fim da manhã de sexta-feira, em Lisboa.

Fonte: Diário Digital c/ Lusa

União Europeia: Ministros da Ciência dos 27 debatem hoje «fuga de cérebros»

A capacidade de manter e atrair investigadores altamente qualificados para evitar a actual «fuga de cérebros» da Europa é hoje o tema dominante da reunião de ministros da Ciência dos 27, que se iniciou quinta-feira, em Lisboa.
Naquela que é a segunda reunião ministerial sectorial do âmbito da presidência portuguesa da UE, os titulares europeus da Ciência estão a discutir o papel da investigação científica e tecnológica no reforço da competitividade da economia europeia e na criação de empregos.
Presidido pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago, o encontro informal dos 27 vai debater, nomeadamente, o reforço do investimento público e privado em Investigação e Desenvolvimento (I/D), tendo em vista um novo ciclo da chamada Estratégia de Lisboa para a modernização da economia da UE e para o aumento da sua competitividade e eficácia interna e externamente.
Os temas centrais da sessão de trabalho de hoje são os recursos humanos em Ciência e Tecnologia na Europa e as medidas para evitar a «fuga de cérebros» e estimular o "ganho de cérebros".
Caberá a Paulo Caro, da Academia das Ciências de França, e a Frédéric Sgard, da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico), introduzir o debate sobre recursos humanos em ciência e tecnologia na Europa.
O assunto foi já abordado nas sessões de quinta-feira da reunião ministerial, tendo dois dirigentes portugueses de duas multinacionais dos sectores tecnológico e electrónico - YDreams e Cipidea - advertido para os sérios problemas de competitividade da Europa na área da ciência e tecnologia, nomeadamente, devido à falta de recursos humanos qualificados e à inexistência de um verdadeiro mercado único na União.
Entre as medidas a debater contam-se o encorajamento de jovens a estudar ciência e tecnologia, a criação de condições atractivas no mercado laboral, a eliminação dos obstáculos regulamentares à mobilidade na UE, a promoção da flexibilidade na prossecução de carreiras.
Em causa estarão também as barreiras que se colocam ao crescimento do investimento privado em I&D e as medidas políticas principais e programas desenvolvidos pelos Estados membros para encorajar esse investimento privado e reforçar o investimento público.
Em Portugal, a evolução na área da ciência e tecnologia caracterizou-se nos últimos anos por um crescimento significativo dos recursos humanos atribuídos à investigação.
Segundo dados oficiais, o número de pessoas activas em I&D, em 2005, era de 25.651 em tempo pleno, sendo 82 por cento investigadores, o que representou um aumento total de 4 por cento em relação a 2002.
Paralelamente, o número anual de novos doutoramentos atribuídos ou reconhecidos por universidades portuguesas aumentou de 608 para 1.273, entre 1996 e 2006, havendo a expectativa de que ultrapasse 1.500 em 2009.
A par disso, quase duplicou, no ano passado, o número de bolsas de pós-doutoramento financiadas pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.
Quanto à produção científica portuguesa, o número de publicações portuguesas referenciadas internacionalmente quase duplicou entre 2000 e 2006, tendo aumentado ao mesmo tempo a produção científica em co-autoria com instituições de outros países.
Portugal ocupa o quarto lugar no ranking dos países com mais mulheres a trabalhar em ciência e tecnologia na Europa: 44 por cento, quando a média da UE a 25 era de 29 por cento, de acordo com os últimos dados disponíveis.
Na reunião de hoje, deverá ser lançado um apelo para políticas nacionais de I/D mais fortes que ajudem a concretizar os objectivos da Estratégia de Lisboa, que foi aprovada há sete anos na cimeira de líderes da UE, em Março de 2000, na capital portuguesa, a meio da anterior presidência lusa do bloco europeu.
Segundo fonte do Ministério português, o conselho informal de ministros da Ciência consagrado à Competitividade e à Investigação vai ainda aferir a implementação pelos Estados membros das metas em matéria de Ciência e Tecnologia previstas na Estratégia de Lisboa.
Entre as metas, conta-se o reforço do investimento em I/D para o equivalente a 03 por cento dos PIB nacionais até 2010, com dois por cento provenientes do sector privado, um objectivo ainda longe de ser alcançado na UE.
A questão insere-se nas prioridades definidas por Portugal no início da sua actual presidência da União Europeia, quando se prepara o lançamento, em 2008, do «novo ciclo» da Estratégia de Lisboa e se sabe que essas metas não poderão ser alcançadas sem recursos humanos altamente qualificados em ciência e tecnologia.
O tema «competitividade» na UE é comum à reunião ministerial europeia que se seguirá hoje à dos ministros da Ciência, e que decorre até sábado, também em Lisboa, entre os titulares da Economia e Indústria dos 27. Este encontro será chefiado pelo ministro da Economia e Inovação, Manuel Pinho.
Fonte: Diário Digital com Lusa

Rússia e Venezuela: Venda de submarinos russos será concretizada este ano

A Rússia e a Venezuela assinarão ainda este ano um contrato para o fornecimento de cinco submarinos russos a diesel da classe "Varshavianka" à Marinha venezuelana, revelaram fontes do setor da indústria militar russa.
"Já foi recebido o pedido, a redação do contrato está praticamente concluída, e o acordo será assinado antes do fim do ano", afirmou um alto funcionário à agência "Interfax", sem se identificar.A fonte ressaltou que os submarinos que a Venezuela comprará são submersíveis da classe "Varshavianka", projeto 636 - classe "Kilo", segundo a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) - que a Rússia já vendeu à China e atualmente constrói para a Argélia.
O funcionário acrescentou que três dos aparelhos serão construídos em estaleiros de São Petersburgo e os outros dois, em fábricas localizadas no extremo leste, no Pacífico.Dotado de quatro lança-torpedos de calibre 533 milímetros e dez plataformas de lançamento verticais de foguetes de cruzeiro do sistema CLUB-S, os "Varshavianka" podem abater alvos fixos ou móveis submergidos, litorâneos ou na superfície, em condições de intensa interferência rádio-eletrônica.
Segundo fontes russas, o Governo venezuelano tem planos de adquirir outros quatro submarinos e pelo menos cem embarcações de superfície.

China: Autoridades preocupadas com a compra de empresas chinesas por estrangeiras

Em nova demonstração do nacionalismo econômico de Pequim, a China decidiu frear o apetite dos grupos estrangeiros por empresas nacionais consideradas estratégicas.
No projeto de lei anti-monopólio, discutido domingo em segunda leitura pelos parlamentares, o governo menciona, pela primeira vez, a intenção de endurecer as regras existentes para a compra de empresas chinesas por grupos estrangeiros, informou na segunda-feira a imprensa.
"Não somente haverá um exame sobre uma eventual posição de monopólio, como também será levada em conta a preservação dos interesses econômicos do país", indicou o "Les Nouvelles" de Pequim.
"Há pouco tempo, o problema das fusões-aquisições de empresas chinesas por grupos estrangeiros ganhou importância. Os casos da Xugong com a american Carlyle e da Supor com a francesa Seb aumentaram no interior do país as preocupações de inúmeras pessoas", afirmou o jornal.
As multinacionais procuram cada vez mais estar presentes na China e, inclusive, adquirindo empresas do gigante asiático, pois suas performances em uma das economias mais dinâmicas do planeta se refletem com freqüência em sua vitalidade nos mercados de valores.
Segundo a imprensa chinesa, as fusões-aquisições antes de 2004 representavam menos de 5% de todas as formas de investimentos estrangeiros diretos, 11% em 2004 e cerca de 20% em 2005.
Esta presença estrangeira cada vez mais forte, e inclusive no centro do setor bancário, vem provocando desde o ano passado a oposição de alguns industriais e responsáveis oficiais, preocupados de ver as pérolas da economia chinesas caindo nas mãos dos estrangeiros.
Em agosto passado, em comunicado conjunto, seis ministérios indicaram que os investidores deviam solicitar uma autorização ao ministério do Comércio enquanto sua eventual aquisição podia afetar a segurança econômica da nação.
Eles devem igualmente obter sinal verde oficial se suas "crias" pertencem a setores estratégicos ou são marcas conhecidas na China.
Em dezembro, o Conselho de Estado (governo) enviou uma lista destes setores, sobre os quais o Estado quer manter controle: produção ligada à indústria militar, eletricidade, petróleo, gás, petroquímica, telecomunicações, aviação civil, carvão e estaleiros.
O projeto, que deve ser adotado até hoje (sexta-feira), visa incluir esta preocupação na lei.
"Será cada vez mais difícil para o capital estrangeiro entrar na China. Isto reflete uma importante mudança de atitude chinesa com relação aos investimentos estrangeiros", disse o economista independente Andy Xie, em Xangai.
"Além disso, o gigante asiático, que durante muito tempo buscou fundos estrangeiros para sustentar seu crescimento tem, no entanto, como prioridade chegar ao fim de sua abundância de liquidez", disse.

Mercado de capitais: Fortis Investments vende fundos em Portugal

O banco Best vai distribuir 11 fundos da Fortis Investments, uma estreante no mercado nacional a retalho. A gestora, pertencente ao grupo Fortis, gere cerca de 125 mil milhões de euros em activos através de 21 boutiques autónomas.
Para Portugal, o produto estrela é o "Fortis L Fund OBAM Equity World", um fundo de acções globais, sem quaisquer restrições de investimento (não segue benchmark) e com uma estratégia de investimento "comprar e manter" seguindo assim as convicções da equipa de gestão
O grupo Fortis, que detém a Fortis Investments, encontra-se entre as 20 maiores instituições financeiras europeias, com presença em mais de 50 países e 60.000 empregados, sendo líder em banca e seguros na região Benelux.
A especialização regional e sectorial permite-lhe ser líder em nichos de mercado como a energia, na América do Norte, e na administração de fundos, matérias-primas e transportes. A instituição possui uma forte presença, em termos de "bancasurance", na Península Ibérica e Malásia.

Fonte:
Jornal de Negócios

Inteligência Competitiva: Davenport defende a tomada de decisão baseada na análise de dados

Para o consultor, inteligência competitiva é um instrumento fundamental para a diferenciação das companhias.


Entrevista de Davenport ao portal brasileiro IT Web (reprodução integral)



Em algum momento, você já escutou o nome de Thomas H. Davenport – ou apenas Tom. Presidente em tecnologia e gestão de informação no Babson College, o consultor é autor de diversos livros e artigos. O mais recente – Competing on Analytics –, publicado na Harvard Business Review em 2006, deu origem ao livro que leva o mesmo nome e no qual ele mostra como companhias construíram seus negócios usando sua habilidade de coletar e analisar dados para tomarem decisões com base neles. É o que ele chama de competição em inteligência analítica.


InformationWeek Brasil - Gostaria de entender melhor o conceito de competição baseada na análise dos dados e sua diferença para a inteligência analítica?

Thomas Davenport - Basicamente, a análise sofisticada dos dados existe há muito tempo, mas era mais algo de back office e não voltada para a estratégia. Quando comecei a fazer este estudo, notei que algumas das organizações com as quais eu estava falando tinham seu plano estratégico baseado em análises; isto era algo que estava claro para elas, que você podia ler no balaço anual e sobre o que elas falavam com analistas de Wall Street: “nós seremos a melhor companhia de cartão de crédito ou seguradora por causa da nossa capacidade de análise”. Então, para mim, as empresas que estão usando esta análise para competir deveriam incluir isto em seu negócio.

IWB - Criar um departamento?

Davenport - Sim. Ou, em alguns casos, subdepartamentos, divisões ou pequenas unidades de negócios.

IWB - E isto seria algo como o conceito de as empresas criarem um Business Intelligence Competency Center (BICC)?

Davenport - Algumas companhias vão nesta direção e eu acho uma boa idéia. O Wal-Mart criou um centro de excelência em análise. Estes grupos BICC têm várias funções: algumas vezes são mais educadores, outras, voltados para consultoria para os usuários e para como eles resolvem questões relacionadas a análises.

IWB - Este é um conceito difundido nos Estados Unidos ou que ainda está começando?

Davenport - Li um artigo que apontava que 40% das empresas dos EUA possuíam um BICC. Mas todos com quem eu conversei acreditam que este número está muito alto. Eu estaria surpreso se 5% das grandes companhias tiverem BICC nos EUA. A AT&T tem, mas eu gostaria de ver outras iniciativas.

IWB - Como você compara a adoção da inteligência analítica nos diferentes segmentos?

Davenport - As primeiras indústrias a pensarem nisto foram as companhias aéreas e os serviços financeiros, pois ambos têm muitos dados e precisam tomar decisões complexas. Em serviços financeiros, estava relacionado a quais tipos de investimentos fazer. Isto em meados da década de 1980. Já as companhias aéreas começaram, no início desta mesma década, para saber como maximizar os lucros, fazendo o avião decolar com o maior número possível de lugares ocupados. Atualmente, não consigo lembrar de alguma indústria que não utilize esta análise. Há setores de negócios evoluídos, como o de alimentação e varejo. O Wal-Mart não está tão bem quanto a [loja de departamento] Tesco, pois não tem, por exemplo, um cartão fidelidade para saber quem está comprando seus produtos. O problema de algumas indústrias tem sido a falta de acesso aos clientes, porque vendem por canais. A automotiva, raramente, sabe quem são seus clientes; a Coca-Cola também não tem idéia de quem bebe seus produtos. Ela sabe quem são os revendedores, mas não tem informações sobre os clientes finais. No entanto, isto começa a mudar. A Coca-Cola criou um website para os clientes se cadastrarem em um programa de lealdade.

IWB - E é imprescindível para a Coca-Cola identificar seus clientes finais?

Davenport - Isto está apenas começando. Um número grande de companhias business to business, como a Coca-Cola, decidiram que o futuro envolverá promoções e conhecimento diretos sobre e para seus consumidores.

IWB - Qual é a importância do conceito de competição em inteligência analítica para os CIOs?
Davenport - É bem importante, porque eles têm de entregar um ambiente analítico da perspectiva tecnológica. Os CIOs mais sofisticados também estão interessados em saber como criar uma cultura mais focada em informações e decisões tomadas a partir da analise de dados. Historicamente, eles estão mais orientados a um ambiente transacional, mas isto começa a mudar para uma plataforma mais inteligente.

IWB - Estaríamos passando da era da informação para uma era analítica?

Davenport - Eu espero que sim. Sempre argumento com os CIOs que a primeira preocupação deles deveria ser a informação. É lógico que não se pode abandonar a tecnologia, mas eu faço uma analogia com o encanamento de água. Os CIOs focados apenas em tecnologia estão conectando apenas canos e válvulas, enquanto as pessoas que bebem a água estão mais preocupadas com a qualidade do que elas estão tomando, ou seja, com o que sai dos canos. É o que acontece com os usuários.

IWB - Como está a adoção deste conceito nos diferentes países? Você tem conhecimento sobre o Brasil?

Davenport - De uma maneira geral, os Estados Unidos têm as indústrias mais desenvolvidas neste conceito. Não tenho um conhecimento profundo de como estão as empresas no Brasil ou na América Latina, mas não estão muito desenvolvidas. A Europa também não, mas isto está começando a acontecer. Os EUA são os primeiros, Canadá e Reino Unido, provavelmente, segundos; os países escandinavos são bem agressivos. As companhias japonesas não têm este foco evidente. Mas é algo que vai crescer globalmente.

IWB - Que tipo de ferramentas suportam a competição em inteligência analítica?

Davenport - Sistemas transacionais como ERP provêm muitos dos dados, o data warehouse permite acesso aos dados e as ferramentas de business intelligence (BI) que você acesse e analise os dados.

IWB - Seria um uso maior de BI que de business performance management (BPM)?

Davenport - Sim. Performance management é o sistema que processa ou entende e maximiza o desempenho de uma companhia. Não é tipicamente o processo operacional, mas sim o desempenho financeiro: como eu entendo o comportamento do meu faturamento no trimestre passado ou como meus lucros foram por origem ou produtos etc. Não é uma ferramenta analítica, mas só de relatórios.
IWB - Como avaliar se as informações inseridas nos sistemas são as mais adequadas e qualificadas?
Davenport - Não sou um especialista em qualidade dos dados. Sei a importância disto e creio que qualquer um que queira ter um alto nível da qualidade dos dados tem de olhar para todo o processo de criação e interação da informação. Em muitos casos, você realmente encontra dados que são inseridos por pessoas desqualificadas. É parte do negócio fazer com que os profissionais envolvidos saibam a importância do processo, para ficarem alertas de que uma informação errada causará danos.
IWB - Diz respeito também a treinamento.

Davenport - Parte disto, sim, envolve treinamento de pessoas. É ter certeza de que somente certos tipos de dados podem ser inseridos nos sistemas.
IWB - E como fica a questão do fator humano na colocação e análise dos dados?

Davenport - O fator humano me interessa muito. Sou sociólogo de formação, então, o que eu estava mais interessado era a capacidade humana de fazer boas análises, assim como software. Mas, mesmo com os softwares, a maioria dos casos ainda requer alguém para fazer a parte analítica e identificar o que está acontecendo, bem como fazer as projeções.

IWB - Os profissionais que se dedicam à análise dos dados devem responder para o diretor de TI, diretor-financeiro ou outro?
Davenport - Há várias possibilidades. Na Procter& Gamble, por exemplo, o grupo mundial de análise está embaixo do CIO. Outras companhias também usam este modelo, como o Wal-Mart. Mas também pode ser responsabilidade de marketing, assim como a parte de performance management pode ficar com o CFO. Não acredito que para ser bem-sucedido sempre tem de ficar embaixo do CIO. Mas no estudo vi que, mesmo em companhias nas quais os analistas estavam em funções não relacionadas com TI, eles tinham de ter bom relacionamento com TI. No Marriott, os analistas são da área financeira ou do marketing, mas estão muito próximos com a TI e, de fato, eles nem falavam comigo sem a presença do parceiro de tecnologia.

IWB - Como se adota na companhia esta visão?
Davenport - Necessita sempre de um líder patrocinador, um executivo sênior como o CEO, que determine a maneira de trabalhar e deixe claro que é assim que a companhia vai competir. É preciso contar com profissionais qualificados e montar um sistema. O mais difícil é fazer isto sem o suporte do executivo.

IWB - Qual é o seu conselho para as companhias que não tiram o melhor proveito de sistemas como o business intelligence?
Davenport - Temos de começar a pensar em uma plataforma de inteligência como uma plataforma separada. Falamos em plataformas de negócios e sistemas de gestão integrada (ERP), que são, basicamente, transacionais. A maneira como fazemos estas coisas funcionarem não é somente colocando tecnologia, mas mudando os processos de negócios. Eu acredito que o único caminho para chegarmos a esta plataforma de inteligência é começar a pensar em qual tipo de decisão a organização quer e que tipo de informação ela precisa.
Fonte: IT Web

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