domingo, junho 03, 2007

Governo chinês combate corrupção com pena capital


O antigo director-geral do organismo estatal que controla e regulamenta a qualidade e segurança dos produtos farmacêuticos e alimentares (SFDA) na China, Zheng Xiaoyu, de 63 anos, foi condenado à morte e a sete anos de prisão por um tribunal de Pequim, no dia 29 de Maio, por crimes de corrupção e negligência.

O Tribunal Popular n.º 1 de Segunda Instância do Município pequinense proferiu a sentença após ter sido provado pelos promotores públicos que o ex-funcionário público recebeu subornos de oito empresas, e dirigiu o organismo de forma negligente durante o exercício do cargo, entre 1998 e 2005, ano em que, alegadamente, se aposentou.

Segundo as provas apresentadas pelo Ministério Público chinês, Zheng “recebeu 6,4 milhões yuan (€ 632,552.02) em dinheiro e prendas, directamente ou através da sua mulher e filho”, como resultado “da aprovação de produtos farmacêuticos, dispositivos e equipamentos médico-hospitalares” que, segundo o colectivo de juízes, afectaram com dolo a República Popular da China e o povo chinês
“minando a integridade de um cargo público e a eficiência da supervisão e fiscalização” de um organismo estatal “pondo em perigo a saúde pública e provocando um impacto social negativo”.

A mulher de Zheng, Liu Naixue, e o filho, Zheng Hairong, foram igualmente presos por cumplicidade, encobrimento e envolvimento nos crimes praticados, revelou a agência noticiosa chinesa Xinhua num artigo divulgado em 1 de Junho, a partir da sua sede, na capital política do país, Pequim.

Zheng, nascido na província de Fujian, sudeste do país, em 1944, formou-se em Biologia, na Universidade de Xangai e fez carreira nas companhias farmacêuticas estatais. Aderiu oficialmente ao Partido Comunista em 1979. Começou a ser investigado pela Comissão Central de Fiscalização Disciplinar do PC chinês, em Dezembro de 2006, tendo sido expulso, em Março passado.

Observadores estrangeiros interpretam esta sentença como um claro sinal de que as autoridades de Pequim querem mostrar ao povo chinês e ao mundo que, na China do século XXI, ninguém está acima da lei e que a luta contra a corrupção é uma das suas prioridades nas próximas décadas.