A China prossegue a sua estratégia de reforçar e aprofundar as relações diplomáticas, económicas e estratégicas com os países da CPLP - Comunidade de Países de Língua Portuguesa - aparentemente perante a incapacidade e ineficácia do governo português.
Segundo a BBC noticiou, em 11/06/2007, Cabo Verde quer ser uma das cinco zonas especiais de comércio que a China pretende estabelecer no continente africano.
Esta vontade, já expressa às autoridades de Pequim, surge numa altura em que as relações comerciais entre os dois países têm vindo a crescer. Tal evolução resultou da recente visita que o ministro caboverdiano dos negócios estrangeiros, Victor Borges, efectuou à China.
“Estamos a tentar desenvolver a ideia de que Cabo Verde poderia ser uma dessas zonas em África com ganhos para o governo e empresas chinesas”, sublinhou Borges.
“Estamos a tentar desenvolver a ideia de que Cabo Verde poderia ser uma dessas zonas em África com ganhos para o governo e empresas chinesas”, sublinhou Borges.
Há poucos meses, um grupo de operadores chineses esteve na ilha de São Vicente, para avaliar as potencialidades portuárias da ilha.
Enquanto em Portugal poucos ou nenhuns progressos se observam após a recente visita do primeiro-ministro Sócrates à China relativamente à cooperação luso-chinesa, atendendo às reais potencialidades existentes, sobretudo nas plataformas logísticas integradas de distribuição de produtos made in China, o governo de Pequim estuda, avalia, negoceia e depois faz. De preferência fala pouco...
Em Cabo Verde, "as zonas de comércio especial que a China pretende estabelecer são entrepostos a partir dos quais os produtos chineses poderão ser armazenados e de seguida distribuídos pelo continente" noticiou a BBC. A ilha de S. Vicente dispõe de potencial de desenvolvimento naquele sector: um porto de águas profundas e uma zona franca.
O modelo chinês de cooperação política e económica, crescentemente atacado pelos principais países industrializados - alegadamente por ignorar questões relacionadas com os Direitos Humanos, Liberdades Civis, Luta contra a Corrupção, etc. - revela uma surpreendente eficácia e resultados visíveis, sem a intervenção do Banco Mundial e das receitas monetaristas e neoliberais do FMI.
Os resultados obtidos por Cabo Verde no âmbito da cooperação Pequim-Praia que reconhece a soberania recíproca dos dois países nos acordos que estabelecem, incluindo o do reconhecimento da soberania chinesa sobre Taiwan, foram os seguintes:
1. A China perdoou ao Tesouro cabo-verdiano o pagamento de uma dívida de cerca de 4 milhões de euros;
2. Aprovou o financiamento e construção do futuro estádio nacional da ex-colónia portuguesa, de uma segunda barragem e de mais infra-estruturas na área da saúde pública.
Recorde-se que outras obras – Palácio do Parlamento, Palácio do Governo e Auditório Nacional – já antes haviam sido financiadas e construidas, com apoio chinês, na capital deste pequeno mas promissor modelo e exemplo de desenvolvimento entre os países da CPLP.