"Este impressionante crescimento nas despesas militares [americanas], e também a sua transparência, merecem uma profunda atenção e reflexão" escreveu no Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista chinês, Shen Dingli, vice-presidente do Instituto de Estudos Internacionais, da Universidade de Fudan.
O artigo, reflecte o pensamento do governo de Pequim, e debruça-se minuciosamente sobre o orçamento militar estadunidense para 2008, recentemente aprovado, mas ainda sujeito a ratificação final pelas duas câmaras (Senado e Congresso), no valor de quase 460 mil milhões de dólares, representando um aumento de 40 mil milhões comparativamente ao actualmente em curso.
Os EUA, acrescenta o articulista, " 'derreteram' mais de 500 mil milhões de dólares na luta anti-terrorista, verba que se aproximará dos 660 mil milhões no final do próximo ano fiscal" para, mais adiante questionar a legitimidade moral dos EUA para criticarem as despesas militares de terceiros países:
"Desde sempre, Washington diverte-se a atacar o aumento e a transparência dos orçamentos de defesa de outros países, mas ele próprio não tem rival, nem no montante total, nem no aumento da taxa de crescimento das despesas militares. (...) Os gastos militares anuais dos Estados Unidos atingem a escala do bilião de dólares (trillion), mais do que 10 vezes superior aos da Grã-Bretanha, que ocupa o 2.º posto, nível mundial."
No estrito plano da transparência Dingli denuncia a existência de "enormes montantes escondidos" estimando que tais números sejam superiores a 30 mil milhões de dólares para "items invisíveis" representando "um aumento de 6,5%" comparativamente a 2007.
Fonte: Diário do Povo online (versão em inglês)